Moradora de Palhoça troca o ônibus pela bicicleta para ir ao trabalho na Capital

Em Santa Catarina, a violência nas estradas estaduais já levou 295 pessoas à morte este ano. Na tentativa de mudar esse cenário, o Conselho Nacional de Trânsito (Conatran) realiza, a partir da terça-feira até o dia 25, a Semana Nacional de Trânsito. As ações deste ano visam alertar para o perigo do excesso de velocidade, uma das principais causas de acidentes.

A semana faz refletir, também, sobre os diversos os fatores que contribuem para a falta de mobilidade: estrutura precária, transporte público ineficiente, ausência de ciclovias e falta de consciência dos motoristas.

Enio Guilherme e a esposa Lígia, moradores de Palhoça, resolveram fazer a parte deles. Há dois anos saíram do Bairro Estreito, em Florianópolis, para morar em Palhoça. Para Enio, projetista de 41 anos, a mudança trouxe conforto, estava mais perto do trabalho e podia ir pedalando para a empresa. Mas Lígia continuava trabalhando na Ilha. Cansada de perder tempo nos congestionamentos, a química de 43 anos resolveu fazer alguns testes quanto ao percurso.

Tentou várias rotas de ônibus, somando o custo da passagem com o tempo percorrido. Ela gastava quatro horas por dia para ir e voltar. Então, resolveu comprar uma bicicleta e pedalar os 25 quilômetros: levou uma hora e meia para ir. Só que o caminho exige muita atenção e concentração porque precisa passar pela marginal da BR-101, Beira-Mar de São José e Beira-Mar Norte – sendo que apenas estas duas últimas contam com ciclovias.

– Poderia ser mais rápido se tivesse mais estrutura para ciclistas no caminho – ressalta Enio.

E Lígia agora está em outro teste: há duas semanas comprou um modelo de urbe bike – uma bicicleta dobrável. O equipamento pode ser útil naqueles dias em que ela sai de casa com o tempo seco e no fim da tarde está chovendo. É só dobrar a bicicleta, colocar na bolsa e voltar de ônibus. Mas o casal enfatiza:

– Tem que pensar além da economia, se for pensando só nisso em poucas semanas você desiste. Essa atitude tem que estar ligada ao prazer, tem que gostar de andar de bike.