O trânsito faz parte do dia a dia das pessoas e é foco de críticas e cobranças. Mas o que muitas vezes não se percebe é que o seu próprio comportamento ajuda a tornar as ruas violentas e piora a mobilidade. Visando conscientizar a sociedade, acontece de terça-feira até o dia 25 a Semana Nacional do Trânsito, promovida pelo Conselho Nacional de Trânsito (Conatran).
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As ações deste ano visam alertar para o perigo do excesso de velocidade, uma das principais causas de acidentes. O foco são jovens entre 28 e 25 anos. Em Santa Catarina, a violência nas estradas estaduais já levou 295 pessoas à morte este ano.
Em Florianópolis, quem acessa a Ilha todas as manhãs sabe o que é isso. É difícil disputar espaço entre os 180 mil carros que passam por dia na BR-282. Na volta, no final de tarde, o sufoco se repete. No Sul da Ilha, motoristas saem cada vez mais cedo de casa para evitar transtornos em direção ao Centro. Nem mesmo com a inauguração, em dezembro, da faixa reversível da SC-405 os problemas foram resolvidos.
No Norte da Ilha, o principal ponto de congestionamento é na SC-403, saída do Bairro Ingleses e, também, na ligação do Rio Vermelho. Com o término da duplicação da SC-401, o trânsito melhorou, mas aumentou o número de motoristas que excedem o limite de velocidade e provocam acidentes. Sem falar do que turistas e moradores enfrentam no trânsito da Lagoa da Conceição na temporada.
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No Vale do Itajaí, Blumenau já mostra reflexos dos 218 mil carros nas ruas. A cidade com muitos morros, cortada pelo Rio Itajaí-Açu, já não consegue ampliar a estrutura viária. Ainda na região do Vale, é a BR-470, segunda mais movimentada do Estado, que traz preocupações. Apesar de ter boa estrutura e sinalização, a rodovia é uma das mais perigosas, principalmente no trecho de Pouso Redondo, onde já ocorreram 12 mortes este ano.
Já o trecho Sul da BR-101 é o principal gargalo: no feriado de 7 de setembro, por exemplo, motoristas chegaram a ficar quatro horas no congestionamento no trecho de Laguna, que ainda não teve a duplicação concluída.
São diversos os fatores que contribuem para a falta de mobilidade: estrutura precária, transporte público ineficiente, ausência de ciclovias e falta de consciência dos motoristas. E na semana Nacional do Trânsito, vamos aproveitar para discutir problemas e mostrar que quando a consciência acompanha a evolução das cidades, dos carros, dos tempos, é possível sim criar alternativas.
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