O ministro egípcio das Relações Exteriores, Mohamed Kamel Amr, renunciou ao cargo, anunciou nesta terça-feira a agência oficial Mena. Amr é o ministro mais importante a abandonar o governo após o pedido de demissão na segunda-feira de quatro ministros, incluindo o da pasta do Turismo, em um país abalado pela mobilização de milhões de pessoas que exigem a renúncia do presidente islamita Mohamed Mursi.

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A saída do chanceler isola ainda mais o presidente Mursi, que recebeu do Exército o prazo de 48 horas para cumprir “as demandas do povo”, com a advertência de que em caso contrário adotaria um “mapa do caminho”. A presidência rejeitou o ultimato.

Em um novo revés para o presidente Mursi, a justiça do país ordenou nesta terça-feira a reintegração do procurador-geral Abdel Meguid Mahmud, que havia sido destituído pelo presidente. “O Tribunal de Apelações emitiu um veredicto definitivo de reintegração de Abdel Meguid Mahmud ao cargo de procurador-geral”, afirma a agência oficial Mena.

A destituição em novembro do ano passado do procurador, nomeado na época do presidente Hosni Mubarak, provocou a indignação dos magistrados, que denunciaram uma interferência do Executivo no Judiciário. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ligou para Mohamed Mursi para expressar preocupação com o agravamento da crise política no Egito.

De acordo com uma fonte do governo americano, Obama disse a Mursi que Washington acredita firmemente no “processo democrático no Egito e não apoia nenhum partido ou grupo”. “Insistiu que a democracia é mais que eleições e que deve assegurar que as vozes de todos os egípcios sejam ouvidas e representadas por seu governo, incluindo os egípcios que protestam em todo o país”, afirma um comunicado da Casa Branca. ]

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Ao mesmo tempo, o governo do Irã pediu ao exército egípcio que respeite “o voto dos eleitores”.

– Mohamed Mursi foi eleito pelos eleitores. Portanto, se espera que as Forças Armadas egípcias, que têm um passado glorioso, em particular na revolução egípcia, que cumpram seu papel para apoiar o diálogo nacional, levando em consideração o voto dos eleitores manifestado nas urnas – disse o vice-ministro iraniano das Relações Exteriores, Hosein Amir Abdollahian.