O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, mostrou surpresa com a rapidez com que foram vazadas as informações sigilosas do inquérito que investiga a relação do bicheiro Carlinhos Cachoeira com o senador Demóstenes Torres. Apenas três horas depois de o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandoswki liberar o acesso do inquérito para o Congresso, as informações já estavam publicadas no site Brasil 247.

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– Eu fico absolutamente impressionado. Esse fato será levado a inquérito, com uma apuração com rigor para chegar a uma ou a todas as pessoas responsáveis pelo vazamento – avisa Cardozo, em entrevista à Rádio Gaúcha, em Brasília.

O acesso ao inquérito foi autorizado para a CPI Mista do Cachoeira no Congresso e para o Conselho de Ética, que apura suposta quebra de decoro parlamentar do senador Demóstenes Torres.

O ministro da Justiça diz não acreditar que o vazamento tenha partido de dentro da Polícia Federal.

– Sinceramente, não acredito, porque essas operações ficaram anos na Polícia Federal sem nenhum vazamento. Mas, se eventualmente, servidores da Polícia Federal foram responsáveis, serão punidos na forma da lei – garantiu Cardozo.

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De acordo com o material exposto no site, o inquérito do STF contra Demóstenes indicaria que houve um depósito de R$ 3,1 milhões de Cachoeira em favor do senador. Os arquivos apresentam ainda supostas gravações que reforçariam as suspeitas de ligação do bicheiro com a construtora Delta e com o governo de Goiás, de Marconi Perillo.