A ministra Ideli Salvatti, da secretaria de Relações Institucionais, tem resistido a pressões para deixar a pasta. Durante todo o fim de semana, a catarinense participou de inúmeras reuniões com Dilma, o que, segundo sua assessoria, mostram a disposição da presidente em mantê-la no cargo.

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No domingo ainda, Ideli foi encarregada pela presidente para encaminhar o tema do marco civil da internet diante do descontentamento do Planalto para com a notícia de espionagem de informações dos brasileiros por parte dos EUA, conforme revelações do jornal O Globo, do Rio.

A ministra estaria desgastada pela transferência de suas principais funções para outros membros do Governo. O ministro Aluizio Mercadante (Educação), por exemplo, assumiu as negociações com o Congresso durante a crise das manifestações e a ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) é a nova encarregada de negociar a liberação de emendas junto aos ministérios, principal trunfo na relação com deputados e senadores.

:: Folha de S. Paulo destaca que presidente deverá substituir Ideli

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Para o presidente do partido em Santa Catarina, José Fritsch, a situação atual não deve levar à saída da petista, principal liderança catarinense no Planalto. Ele confirma que há um descontentamento geral, mas não acredita que Ideli seja responsabilizada pela situação e que seja obrigada a sair tão cedo.

– Ninguém fica eternamente no governo, mas não vai ser por causa desse clima que está aí que a ministra irá sair. O governo é uma constante disputa. Sempre tem gente querendo mais espaço.

Com pouco poder e espaço para a articulação nesse período de protestos, Ideli estaria ganhando a mesma alcunha de seu antecessor, o deputado federal Luiz Sérgio (PT), chamado de “garçom”. Com a diferença de que Ideli não entregaria os pedidos diretamente à presidente, e sim a Mercadante.

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A situação estaria levando a presidente a cogitar uma antecipação da reforma ministerial que previa para o início do ano que vem, mas em nota Dilma descarta qualquer mudança no ministério. Uma fonte ligada ao PT de Santa Catarina pensa diferente.

– Se ela tem dificuldade de juntar o partido em Santa Catarina, de compor inclusive as nomeações federais, que é uma coisa menor, como é que ela vai fazer uma coisa maior? Há uma máxima: tem que cuidar bem da paróquia para poder cuidar da diocese. Ninguém vira bispo por acaso – avalia uma fonte ligada ao PT.

Em entrevista ao Diário Catarinense neste final de semana, a ministra Ideli Salvatti afirmou que não se sente ameaçada e que, acredita, estaria fortalecida com a chegada de outras pessoas para atuar na articulação política.

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