O Rio de Janeiro está em choque. A morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) acentuou nos cariocas a sensação de desilusão, tristeza e incredulidade com a criminalidade instalada na cidade. Poucos minutos depois de se reunir com mulheres negras em um debate na Lapa, foi morta com quatro tiros dentro do carro. O motorista, Anderson Pedro Gomes, também morreu. Ambos serão velados na Câmara de Vereadores, na região da Cinelândia. O velório vai ser aberto somente para familiares e amigos próximos.

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Em frente ao prédio, milhares de pessoas ocupam o espaço com faixas. O forte sol com calor acima dos 30°C não afasta. Pelo contrário, a cada hora aumenta o público. Cartazes cobram: “Quem matou Marielle?”. Adesivos de cor laranja foram distribuídos com a mensagem: “Marielle e Anderson, sempre presentes”. A vigília começou às 11h. Até 13h30min o corpo da vereadora e do motorista ainda não haviam chegado na Câmara. No final da tarde, às 17h, haverá um ato na região da Cinelândia. O mesmo deve ocorrer em outras cidades do país, como em Florianópolis, onde a concentração será na esquina das ruas Deodoro e Conselheiro Mafra, também às 17h.

Deputado federal pelo PSOL, Chico Alencar estava visivelmente abatido. Segundo ele, após o crime, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, entrou em contato com ele para informar que colocaria a Polícia Federal (PF) à disposição para a investigação dos assassinatos.

– Foi uma execução, ela precisa ser o investigada e não entrar dentro dos 80% das mortes que não tem resolução no Brasil.

Para o presidente da ONG Rio de Paz, Antonio Costa, o crime é emblemático.

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– Foram tiros que, além de atingirem a Marielle, acertaram todos os valores que ela representava. Esse momento demanda resposta enérgica por parte do poder público.

(Foto: Dorgenes Pandini / Diário Catarinense)

Marielle participava de um encontro sobre os direitos das mulheres pouco antes de ser assassinada. Em um vídeo postado em sua rede social é possível vê-la sorridente ao falar sobre o debate que teria no local. A vereadora era a coordenadora da comissão montada na Câmara para acompanhar a intervenção federal na segurança pública do Rio. No último final de semana ela cobrou investigação e denunciou policiais militares por ações na comunidade do Acari, na capital fluminense.

(Foto: Dorgenes Pandini / Diário Catarinense)

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