O mero encontrado morto, na manhã de quinta-feira, em Florianópolis, ajudará pesquisadores a desvendar mais sobre a vida deste peixe, que está em risco de desaparecer da natureza. Estudiosos levaram pedaços do animal para o Centro de Pesquisa e Gestão de Recursos Pesqueiros do Litoral Sudeste e Sul do Brasil (CepSul), em Itajaí, Litoral Norte.

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A analista ambiental do ICMBio, que atua no CepSul, Roberta Aguiar dos Santos, ressalta que os meros são animais muito raros, e que entender o comportamento deles é importante, até mesmo para ajudar na preservação da espécie.

O peixe achado morto na Baía Norte, aos pés da Ponte Hercílio Luz, era uma fêmea. Dela, os pesquisadores do projeto Meros do Brasil levaram o fígado, fonte importante para estudar o DNA, o estômago, que dará mostras do que ele se alimenta, o coração, que vai ajudá-los a dar o peso do mero, que pode chegar até 400 quilos.

A ideia é reunir o maior número de informações possíveis, como idade e se ela estava próxima da desova, já que guardava 18 quilos de ova.

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– Vamos saber quantos ovócitos tinha, qual a fecundidade dela – observa.

Eles também esperam que com o DNA possam saber a qual população de meros a fêmea fazia parte, o que vai indicar se há migração nessas espécies. Os meros são encontrados no Brasil e em outros países, como EUA e México.

– Todas essas informações serão retiradas. E são muito difíceis de serem reunidas, porque só encontramos os meros na natureza. Então, quando aparecem, infelizmente, mortos podemos colher todos esses dados – diz Roberta.

Os restos foram enterrados em Florianópolis. Os pesquisadores irão pegar os ossos, para montar o esqueleto e também descobrir a idade. Já a causa da morte será mais difícil de se levantar. O peixe não apresentava ferimentos. A única anormalidade encontrada foi os olhos arregalados.

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O mero é a maior espécie da família das garoupas. Apesar do tamanho, é dócil e uma presa fácil. Ele vive em zonas costeiras, gosta de entrar em espaços rochosos e em corais.