Há pouco mais de dois meses, o garoto Alan Turra, de 13 anos, passou pela primeira cirurgia para correção de assimetria facial realizada de maneira 100% digital dentro do Sistema Único de Saúde (SUS).

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O procedimento bucomaxilofacial, realizado no Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis, com apoio da Extensão em Atendimento Odontopediátrico da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), foi indicado para o menino que sofre da rara síndrome de Goldenhar, que dificulta sua fala, mastigação, audição, visão, além de prejudicá-lo esteticamente.

Em consulta de retorno realizada nessa quarta-feira, 17, com o cirurgião-dentista Levy Rau, a família de Alan teve boas notícias:

– A cirurgia durou quatro horas e meia. Foi um sucesso e o Alan tem respondido muito bem. Esse foi o primeiro grande procedimento realizado nele, após cinco anos de acompanhamento. Alguns ajustes ainda deverão ser feitos nos próximos anos, pelo menos até o início da fase adulta, para que a simetria seja completamente devolvida ao rosto – explica cirurgião chefe do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial do Infantil.

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Apesar da possibilidade de novas cirurgias serem feitas, o rosto de Alan já apresenta mudanças, principalmente na parte do queixo que, anteriormente, era bastante reduzido – caracterizando o ortognatismo. A assimetria do lado direito da face, próximo ao ouvido, ainda existe, apesar do alongamento do osso proporcionado com a operação, mas aos poucos será diminuída.

– Ele ainda precisa fortalecer os tecidos moles, como músculos e pele. Para isso, o apoio dos fonoaudiólogos e ortodontistas é fundamental – orienta o dr. Levy Rau.

Segundo o Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial, no Brasil são realizadas mil cirurgias bucomaxilofaciais por mês, nas redes pública e privada, sem contar os procedimentos cirúrgicos de emergência para correção facial por trauma ou acidente.

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Antes e depois da cirurgia bucomaxilofacial realizada no menino de 13 anos. Fotos: Alvarélio Kurossu e Felipe Carneiro / Agência RBS

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Família comemora

Para a equipe do Hospital Infantil, essa é a primeira vez que o sistema Virtua 3D, cuja licença custa 10 mil dólares, é usado em uma criança paciente do SUS em Santa Catarina. Na rede particular, o procedimento poderia custar até R$ 700 mil.

Alan e a família, que vivem atualmente em São José, comemoram os resultados iniciais:

– Não senti dor em nenhum momento e estou bastante feliz. Já até consigo comer carne – conta o menino.

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– Logo que eu saí do hospital no dia da cirurgia, mesmo ainda inchado, falei para o dr. Levy que já tinha visto a diferença. Hoje, vejo ainda mais melhorias, principalmente na mastigação dele _ reconhece a mãe orgulhosa, Zélide Turra, que saiu de Guaraciaba, no interior do Estado, com Alan ainda bebê para tentar resolver seu problema de saúde.

Uma nova consulta para acompanhamento do menino no Hospital Infantil está marcada para daqui um mês. Até lá, fonoaudiólogos e ortodontistas também serão visitados pelo garoto e há a promessa de melhora contínua.

Pai e mãe já estão contentes com o resultado preliminar da operação. Foto: Felipe Carneiro/Agência RBS

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