Na seleção nacional mais concorrida da história da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, com 121 candidatos por vaga, relatos de superação são o que não faltam entre os 838 finalistas selecionados para fazer as audições neste fim de semana. Candidatos de 21 Estados brasileiros e da Argentina precisaram ser criativos, fazer sacrifícios e lutar muito para conseguir chegar a Joinville.

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Tudo isso para tentar uma das 40 vagas de bolsas de estudos na filial da escola russa em Santa Catarina, em uma seletiva tão concorrida quanto um vestibular para o curso de medicina, e realizar o sonho de ser bailarino profissional.

A paraense Ester Vitória Santos, de 12 anos, teve de encontrar forças junto à família, à professora e colegas da escola de balé para fazer a audição. Natural de Belém, ela perdeu o pai dez dias antes do processo seletivo e pensou em desistir de viajar até Joinville. Segundo a professora Lucinha Azeredo, que dá aulas para a menina por meio de um projeto social, o pai sempre foi o grande incentivador desde quando a filha descobriu a paixão pelo balé.

— A gente se juntou com a família para poder trazê-la. Achamos que o Bolshoi seria uma maneira de dar mais força para ela e a mãe. Se a Ester passar na seleção, provavelmente, elas vêm juntas para cá e poderá ser um recomeço para elas — explica.

Para conseguir viabilizar a viagem, a mãe trabalhou na campanha eleitoral de candidatos, balançando bandeiras na rua, para ganhar R$ 30 ao dia. Além disso, também vendeu comidas típicas paraenses durante o Círio de Nazaré para arrecadar dinheiro e ajudar a realizar o sonho da filha.

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