Depois de algumas semanas se pronunciando através de notas oficiais, representantes do grupo de cardiologia do hospital Marieta Konder Bornhausen e a nova gestão do hospital se reuniram pessoalmente para tratar do polêmico fechamento dos leitos da UTI Coronariana (UCO) e do Pronto Socorro do Coração. Em encontro promovido pelo Observatório Social na sede da Associação Empresarial de Itajaí (ACII) ontem, ambos mantiveram os posicionamentos divergentes. Esperado para a reunião, o secretário de Saúde municipal Osvaldo Gern não compareceu.

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Hospital Marieta muda UTI coronariana

O vice-presidente de monitoramento de Saúde do Observatório, Valter Neis, deve marcar uma nova reunião para tratar do tema. A sugestão do presidente do Conselho Municipal de Saúde (Comusa), Plínio Silveira, é que uma comissão independente seja formada para ouvir médicos e a direção do hospital em busca de um entendimento entre os dois lados.

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A maior discussão está em torno dos atendimentos no Pronto Socorro. Segundo o diretor administrativo Nivaldo Lacerda da Cunha, de 7 mil atendimentos de emergência realizados por mês, apenas 140 eram feitos no setor da cardiologia, todos eles para convênios e privados.

Médicos e membros de outras entidades que acompanhavam a reunião reclamaram que, com o fechamento do Pronto Socorro do Coração, não há mais plantonistas especializados da área no hospital. Segundo um dos cardiologistas, ele pode levar até 30 minutos para chegar ao hospital quando está de sobreaviso. A justificativa de Nivaldo é que não há viabilidade financeira para manter o plantão da cardiologia.

_ O paciente será atendido por uma equipe clínica, que irá realizar os exames e, caso necessário, acionar o cardiologista. Não vejo dificuldade nesse ponto._afirmou o diretor.

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A respeito da UCO, Nivaldo garante que apenas ocorreu a alteração do nome para UTI-3. Ele afirma que o local nunca foi usado exclusivamente para atendimentos cardiológicos. Dois médicos presentes na reunião, que preferiram não serem identificados na matéria, deram outra versão. Segundo eles, a prioridade era da cardiologia até o mês de julho, quando a direção fez mudanças no uso dos leitos.

_ De 10 UTIs coronarianas que foram transformadas em gerais, nós temos apenas duas à disposição. Nós dependemos destas UTIs para as cirurgias, que caíram pela metade com a nova medida _afirmou uma médica.

De acordo com o hospital, o convênio com o Estado prevê 14 cirurgias por mês, que estão sendo cumpridas. A respeito da fila de espera de cirurgias pelo SUS, Nivaldo admitiu que existe uma demanda a espera.

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O hospital afirma ter ainda R$12 milhões a receber do Estado. De acordo com Nivaldo, este recurso poderia ser usado para a construção de mais leitos de UTI. Enquanto isso, o município já pleiteia a transformação de cinco leitos de UTI de convênios para leitos do SUS, ampliando para 25 o número de unidade públicas.