A Polícia Federal começou a ouvir nesta terça-feira os médicos suspeitos de descumprirem horas contratuais no Hospital Universitário da UFSC. Dos 27 profissionais investigados na Operação Onipresença, três já prestaram depoimento durante a tarde na superintendência regional. Os demais devem se apresentar até o final desta semana.
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“Não faltam médicos, eles precisam ir trabalhar”, diz delegado da PF
“É impossível monitorar o ponto de cada um”, afirma diretor do HU
O início das audiências estava previsto somente para quarta-feira, mas alguns dos acusados não poderiam se apresentar na data e preferiram antecipar seus esclarecimentos à PF. Ao todo três delegados trabalham nas oitivas, dentre eles o responsável pela operação, Allan Diaz.
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A Polícia Federal cogita em abrir outras investigações para apurar irregularidades cometidas por médicos que ainda não foram acusados. Novas suspeitas estão surgindo a partir dos depoimentos e uma segunda fase da operação já é cogitada. A PF também deve escutar ao todo 82 testemunhas, algumas delas voluntárias.
Entenda o caso
A operação investiga profissionais que teriam cometido irregularidades no registro da frequência, atendendo em consultórios e empresas particulares durante o horário em que deveriam atuar na UFSC. Em 9 de junho, a PF cumpriu 52 mandados de busca e apreensão em Florianópolis, Tubarão, Itajaí e Criciúma para recolher documentos que possam ajudar nas investigações.
A PF chegou a pedir a condução coercitiva dos 27 médicos, mas a Justiça negou. Agora, três delegados devem escutar todos os suspeitos antes de se decidir se haverá indiciamento. A expectativa é que os depoimentos durem pelo menos dois dias.
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As investigações da Operação Onipresença começaram em outubro de 2013, após uma denúncia sigilosa. Além de punições administrativas, como a perda da licença, os envolvidos podem ter que ressarcir os valores que receberam sem ter trabalhado de acordo e perder os cargos públicos.