Com cartazes e carro de som, cerca de 120 médicos pediram melhorias na saúde pública de Joinville e protestaram contra as últimas medidas adotadas pelo Governo Federal, como a contratação de médicos estrangeiros para atuar no Sistema Único de Saúde (SUS), pelo programa Mais Médicos.
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A manifestação ocorreu na manhã desta quarta, às 11 horas, e ficou centralizada na Praça da Bandeira, no Centro.
O protesto – em apoio ao movimento nacional da categoria – percorreu ruas centrais como a Princesa Izabel, Blumenau e 15 de Novembro. Polícia Militar e os agentes de trânsito do Ittran estavam presentes.
Na praça, ao lado Terminal Urbano do Centro, uma tenda foi montada para recolher e anotar reclamações de moradores que já enfrentaram problemas na rede pública de saúde. O documento será entregue pela tarde, para a Câmara de Vereadores, onde ainda será realizado o ato público dos médicos.
– Em Joinville, temos problemas de salário defasado, pouco recurso destinado à saúde, e as más condições na estrutura, tanto para médicos, como para pacientes. A falta de leitos hospitalares é um grande exemplo – explicou Tanise Balvedi Damas, presidente do Sindicato dos Médicos Regional Joinville.
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Os serviços emergenciais das unidades de saúde foram garantidos, afirmou a organização do movimento.
Atualmente, Joinville e região (Araquari, Balneário Barra do Sul e São Francisco do Sul) contam com cerca de 1,5 mil médicos
Os motivos da paralisação
– Contratação de médicos estrangeiros: a polêmica está no Revalida, o exame a que profissionais formados no exterior são submetidos para atuar no Brasil. Entidades médicas do país querem que todo o médico de fora passe pelo teste antes de atender pacientes brasileiros; já o governo acena para a contratação direta.
– Lei do Ato Médico: as entidades são contrárias aos vetos presidenciais à lei conhecida como Ato Médico, que regulamenta o exercício da Medicina no país. Antes dos vetos, o texto aprovado no Congresso restringia aos médicos a prescrição de medicamentos e diagnósticos de doenças. Profissionais da saúde de outras carreiras, como enfermeiros e psicólogos, fizeram campanha pelo veto e acabaram atendidos pela presidente Dilma Rousseff.
– Investimento em saúde pública: entidades reclamam da defasagem da tabela SUS, sem reajuste há duas décadas. Segundo o Cosemesc, esse seria um dos principais motivos da ausência de profissionais no interior e também seria responsável pelas filas e sucateamento dos hospitais.
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– Plano de carreira: entidades querem a aprovação da PEC 454, que institui a carreira de Estado para o médico. Eles comparam a classe médica a de delegados, juízes e promotores de Justiça, em que a carreira permite que tenham garantia de remuneração adequada e condições de trabalho que possibilitem o bom desempenho de suas funções.