Médico legista afirma que bebê morto em hospital de Balneário Camboriú nasceu vivo

O médico legista responsável por fazer a necropsia no corpo do bebê morto no Hospital Ruth Cardoso, em Balneário Camboriú, afirmou nesta quarta-feira que a criança nasceu viva. A morte ocorreu na madrugada de terça-feira e na certidão de óbito consta que teria ocorrido antes do parto, no útero da mãe. Os familiares suspeitam de negligência e registraram boletim de ocorrência contra a unidade.

– Ele é um infante nascido, que segundo a literatura médica significa que nasceu, respirou e por falta de cuidados adequados, com a gestante nas horas que antecederam o parto ou com o bebê logo que nasceu, veio a óbito – explicou o perito Hugo Sérgio Pretto, do Instituto Geral de Perícias (IGP) em Balneário Camboriú.

O laudo oficial com o resultado completo da perícia será entregue nos próximos dias, mas o médico adiantou que é possível fazer essa afirmação com base no chamado teste de Docimasia Hidrostática de Galeno. O exame consiste no contato do pulmão do bebê com a água em um cilindro. Quando o órgão flutua é porque a criança respirou, explicou o legista.

– O teste consiste em quatro fases e as fases indicam o tempo que a criança respirou. As fases que deram positivas provam que a criança respirou por poucos minutos, isso indica sofrimento fetal antes de ter nascido – ressalta.

O Hospital Ruth Cardoso informou nesta quarta-feira, por meio da assessoria de imprensa, que não iria se manifestar sobre o caso antes de receber o laudo IGP. Na terça-feira, a unidade garantiu que todo o atendimento necessário havia sido realizado.

Entenda o caso

Edna Vanessa Rosa de Oliveira, 22 anos, deu entrada no hospital às 23h de segunda-feira com contrações e dilatação. O parto ocorreu durante a madrugada. Segundo o hospital, a criança nasceu morta às 4h35min. Familiares afirmam, porém, que a mãe e enfermeiras da unidade teriam ouvido o bebê chorar. Um dos advogados da família, Cássio Temoteo da Costa, afirmou que a família suspeita de negligência ou que o parto normal tenha sido forçado.