A morte de um jovem de 16 anos em Jaraguá do Sul durante um jogo de futebol levantou questionamentos sobre a saúde cardíaca de crianças e jovens. Ao contrário do que foi divulgado, o cirurgião cardíaco do Hospital e Maternidade Jaraguá, Thales Baggio, acredita que o jovem não teve um infarto, mas sim uma arritmia.
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Thales explica que um infarto ocorre quando há algum tipo de obstrução em uma artéria, que é entupida. As causas do infarto são geradas ao longo dos anos, comumente por questões como má alimentação, cigarro e sedentarismo. Aos 16 anos, atingir tais condições seria pouco provável. A arritmia, por sua vez, é um problema incomum, porém não raro.
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O fator desencadeante normalmente é o esforço físico excessivo. O coração acelera tanto que as contrações e relaxamentos saem de compasso, de forma que o sangue não é bombeado pelo coração aos demais órgãos do corpo, causando a parada cardíaca.
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Segundo Baggio, as condições que levam à arritmia podem ser facilmente verificadas através de um eletrocardiograma, que indica situações incomuns no coração. Entre os tratamentos estão o uso de fármacos, a implantação de um cardiodesfibrilador ou outras ações pouco invasivas, como a ablação cardíaca (procedimento que cauteriza focos de arritmia).
O médico acrescenta que atletas de alto rendimento costumam fazer esses exames como forma de prevenção, portanto, é mais comum que problemas graves ocorreram dentro do esporte amador.
Apesar de acreditar que não é uma necessidade que jovens e crianças fazem check ups periódicos com cardiologistas, Baggio indica que adolescentes que praticam esportes de grande exigência física com regularidade devem realizar uma consulta preventiva.
Ele ainda lembra que avaliações desde cedo com pediatras e clínicos gerais são importantes e que, caso haja necessidade, seja feito o encaminhamento para o especialista.
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A atenção deve ser tomada, porém, em casos nos quais crianças ou adolescentes sintam cansaço maior que o normal, falta de ar ou sensação de aceleramento do coração e desmaios. Histórico de doenças cardíacas na família também devem ser levadas em consideração.