A casa onde o segurança Leandro Emílio da Silva Soares vivia sozinho, no bairro Guanabara, em Joinville, costumava ser frequentada por mulheres. E nenhum vizinho imaginava que ele fosse capaz de praticar um crime tão violento como o que cometeu contra a jovem Mara Tayana Decker. Além de matá-la por asfixia, Leandro tentou cortar partes do corpo.

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Maria Cardoso D?Aquino, 82, que era vizinha de Leandro, disse que falava pouco com ele porque quase sempre o suspeito dormia durante o dia e trabalhava à noite. Mas, do pouco que conheceu, poderia dizer que se tratava de um “rapaz bom”.

– Me chamava de vó, me abraçava e me beijava – afirmou.

No sábado pela manhã, Maria ficou impressionada ao ouvir a conversa entre um policial e a mãe do suspeito pelo rádio da viatura da Polícia Militar. Durante o diálogo, a mãe de Leandro teria dito ao policial que o filho dela havia matado alguém.

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Conforme a testemunha, há cerca de seis meses, Leandro e a mãe moravam na mesma casa. O suspeito chegou a confidenciar para a idosa que a sua mãe tinha arrumado um padrasto para ele. Maria, no entanto, acredita que a saída da mãe aconteceu por outros motivos.

– O que eu sei é que vinham muitas mulheres aqui atrás dele. Era um homem bonito, então, acho que isso fez a mãe dele ir embora para outra cidade – supôs a idosa.

Um outro vizinho de Leandro que preferiu não se identificar disse à reportagem do “AN” que entrou na casa após a descoberta do cativeiro de Mara, e o ambiente, segundo ele, não cheirava mal, apesar de haver muito sangue pelo chão. Inicialmente, ele não reconheceu a moça.

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Apenas quando viu a tatuagem nas costas é que soube que se tratava de Mara. O vizinho era amigo dela e do assassino no Facebook. No entanto, nunca percebeu a vítima entrar na casa de Leandro nem soube que os dois tivessem algum tipo de envolvimento amoroso.

De vez em quando, o vizinho via o suspeito de “agarramento com outras mulheres”.

Na quarta-feira à noite, horas antes do desaparecimento de Mara, Leandro foi visto entrando e saindo de casa. Quando ouviu as primeiras notícias sobre a morte da amiga, ele não acreditou, tampouco passou pela sua cabeça que Leandro fosse o principal suspeito pelo crime.

Outro vizinho que também não quis se identificar contou não ter escutado qualquer barulho nas horas que antecederam o crime. Mas ressaltou que era comum ouvir “ruídos” estranhos vindos da casa.

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“Era um casal normal”, diz taxista

O taxista que buscou Mara Tayana Decker no Centro de Joinville, quinta-feira de madrugada, foi ouvido pelo delegado da Divisão de Investigação Criminal (DIC), Paulo Reis, na manhã de segunda-feira.

O delegado disse que o taxista era peça fundamental para pedir a prisão do segurança Leandro Emílio da Silva Soares, suspeito de matar e esquartejar a jovem Mara, de 19 anos, depois de os dois pegarem um táxi juntos na Via Gastronômica.

No depoimento oficial, o taxista desmentiu boatos de que a vítima teria ido a uma festa no bairro Vila Nova. O delegado contou, a partir do depoimento do taxista, que Mara e Leandro pegaram o táxi em frente ao Hotel Tannenhof. Ele sentou-se no banco da frente e ela permaneceu sozinha no banco de trás. Não estava embriagada e parecia consciente. Também não foi forçada a entrar no veículo.

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Conforme o delegado, o taxista parou o veículo quando percebeu o aceno de Leandro, que era conhecido dele pelo apelido de Negão. Já o tinha visto anteriormente. Para o taxista, os dois pareciam um casal normal. Ele os deixou numa esquina, a pedido de Leandro, próximo da casa onde ocorreu o crime. Com essas informações, o delegado conseguiu dar “materialidade ao crime” para que fosse expedido o mandado judicial de prisão.

Confira imagens do suspeito deixando a delegacia de Navegantes: