O atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na maternidade do Hospital São José, em Criciúma, que seria interrompido neste domingo, será mantido pelos próximos 90 dias. Esse é o prazo para abertura de uma ala no Hospital Materno-Infantil Santa Catarina. A suspensão dos serviços de obstetrícia e pediatria foi anunciada na última sexta-feira, mas uma reunião no último sábado mudou a decisão.
Continua depois da publicidade
O encontrou reuniu o secretário-adjunto de Saúde do Estado, Acélio Casagrande, o prefeito em exercício de Criciúma, Verceli Coral, o secretário municipal de Saúde, Paulo Conti, e a direção do São José.
Um grupo para tratar do assunto sobre a ala do Hospital Materno-Infantil – que irá atender pelo SUS – foi criado e irá trabalhar nos próximos três meses. A equipe contará com três pessoas da prefeitura de Criciúma, duas do Hospital São José e mais duas representando o Estado.
– Acreditamos que neste período a nova maternidade estará funcionando – complementou o secretário municipal de saúde, Paulo Conti.
Durante a reunião, o secretário-adjunto entrou em contato por telefone com o governador Raimundo Colombo, que se comprometeu em ir a Criciúma amanhã.
Continua depois da publicidade
– Temos 90 dias para fazer o que for necessário para que o Hospital passe a atender – reforçou Casagrande.
O São José é o único na cidade que faz o atendimento às gestantes pelo SUS. Além dele, há dois hospitais particulares na cidade: o São João Batista, que também não presta o serviço às gestantes, e o da Unimed, que atende somente convênio e particular.
Na sexta-feira, a suspensão do atendimento médico na maternidade do Hospital São José causou preocupação entre gestantes de Criciúma, que foram orientadas a buscar instituições dos municípios vizinhos, como Içara, Nova Veneza e Urussanga.
::Falta de pediatras foi o problema apontado::
Em dezembro do ano passado, a direção do Hospital São José já havia solicitado que casos de alto risco fossem encaminhados para instituições de referência, em Tubarão e Florianópolis. E há 30 dias manifestou interesse em parar com o atendimento às gestantes do SUS. Os representantes da instituição alegaram que não havia mais condições técnicas para continuar com o serviço – a principal delas seria a falta de médicos pediatras.
Continua depois da publicidade
Inicialmente a intenção era a de permanecer com os convênios e particulares. Mas, em uma reunião no Ministério Público Federal (MPF), o procurador Darlan Dias questionou a legalidade do atendimento. Ele afirmou não entender como correto o hospital interromper os procedimentos do SUS e continuar com os demais, já que havia recebido investimentos públicos para equipar o centro cirúrgico.