Depois da nota publicada na última sexta-feira sobre cães na Praia dos Açores, no sul da Ilha de SC, recebi algumas manifestações de moradores da região com suas versões para o problema. Nesta segunda-feira publiquei uma dessas manifestações na íntegra. Faço o mesmo hoje com o e-mail do leitor Pedro do Amaral Bosqueto de Mesquita:

Continua depois da publicidade

— Caro Mário Motta, sou morador do Balneário dos Açores desde 2000, tenho cães e conheço bem a questão dos cães de rua. Com relação a pessoas como o casal visitante que ficou “abismado” com a quantidade de cães na praia, concordo plenamente em um ponto, penso que único: 1. Sim, cães não devem viver na praia ou nas ruas, devem ter lares e donos responsáveis. A rua não é boa para ninguém, humano ou cão. 2. A população de cães de rua é grande devido a dois fatores: abandono criminoso dos animais e a não castração dos cães por negligência e/ou desinformação por parte dos seus donos que acham erroneamente que a castração causará danos aos cães. 3. A questão é de saúde pública sem dúvida, mas os órgãos públicos responsáveis por essa questão, o Centro de Controle de Zoonoses / Diretoria do Bem-Estar Animal embora tenham pessoas dedicadas e de boa vontade trabalhando lá não dão conta da imensa demanda devido à falta de pessoal, recursos e infraestrutura. Eles não têm como recolher animais abandonados nem como abrigá-los se os levamos lá. Há superlotação e falta de recursos. 4. As ONGs em Florianópolis ou estão com seus sites e telefones desativados ou trabalhando no vermelho de forma que tampouco podemos contar com elas. 5. Assim sendo, o problema que é público, mas que não pode ser tratado pelo poder público ou por ONGs, continua público, responsabilidade de todos, quer morem aqui ou não, quer gostem de cães ou não. 6. Aqui nos Açores há muitas pessoas comprometidas com essa questão e tentamos minimizar o problema de acordo com nossa disponibilidade de esforços e dinheiro, resgatando cães abandonados, castrando, vacinando, vermifugando e encaminhando para a adoção quando esta é possível. 7. Alguns cães, após o tratamento, ainda estão na fila para adoção, como é o caso daqueles todos que aparecem na foto. E se aparecem bem tratados é porque enquanto não conseguem adoção cuidamos deles dentro do possível. 8. Concluindo, sugiro que pessoas como o casal que veio visitar nosso balneário ao verem os cães soltos na praia, não os ignorem e nem fiquem indignados, mas pensem em como poderiam ajudá-los, o que poderiam fazer ao invés de reclamar, mesmo que só o que possam fazer seja recolher as fezes que encontrarem e colocá-las no lixo.

Confira as notícias do colunista Mário Motta

Curta a página do Espaço do Trabalhador no Face

Continua depois da publicidade