A ex-senadora Marina Silva se filiou na tarde deste sábado ao PSB, de Eduardo Campos, mas desconversou se vai ocupar a vaga de vice-presidente na chapa liderada pelo governador de Pernambuco nas eleições de 2014.

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Na cerimônia, ocorrida em um hotel em Brasília, ela reforçou por várias vezes que o pré-candidado para o próximo ano é Campos.

– Eduardo (Campos) é o candidato. A minha presença aqui o tem como candidato – afirmou.

Saudado no evento como “futuro presidente do Brasil”, o governador de Pernambuco também desconversou sobre o espaço que Marina terá na sua chapa.

– No momento certo vamos discutir. No tempo certo vamos tomar essa decisão.

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A decisão da ex-ministra do Meio Ambiente de se filiar ao PSB ocorreu entre a noite de sexta-feira e a manhã deste sábado, depois de ter o registro da Rede Sustentável rejeitado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Críticas ao TSE

Em discurso de cerca de meia hora, Marina chamou a sua filiação de “simbólica” e disse que continuará sendo porta-voz da Rede, da qual se referiu como “primeiro partido clandestino do Brasil criado em plena democracia” – uma crítica à decisão do TSE.

– Eu não sou militante do PSB. Sou militante da rede sustentabilidade – disse a ex-senadora.

Ela reiterou que não se considera derrotada. Segundo a agora filiada ao PSB, ainda que sem registro na Justiça eleitoral, a Rede lançada em fevereiro deste ano se consolidou como partido político de enraizamento social

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– Mesmo já sendo um partido do ponto de vista programático, pois defendemos a sustentabilidade em todas as duas dimensões, e tendo a chancela da sociedade de um registro moral, nos foi cassado o direito de nos constituirmos como tal.

A ex-senadora chamou a filiação de “o plano C, de Campos” e confirmou que foi sondada por oito partidos nestes últimos dois dias.

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A ex-senadora contou que na última quinta, após ser oficializada a impossibilidade de se candidatar como presidente pela Rede, passou a pensar nas alternativas – que não haviam entrado em questão até o momento. Arrancado risos do público, Marina disse que não pretendia ser uma candidata da internet:

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– Todo mundo ia curtir. E um bando de gente ia me cutucar, mas isso não ia mudar absolutamente nada na história. Seria melhor para mim, seria mais confortável. Mas eu se eu fizesse isso estaria fazendo o previsível, o mais fácil. E não é esse o caminho – explicou.

Entre os motivos que fizeram com que se filiasse ao PSB, Marina somou o apoio dado pelo partido no lançamento da Rede, quando o PSB mandou uma carta de reconhecimento assinada pelo presidente Eduardo Campos, e o fato de o PSB ser um partido que tem programa e identidade política.

– Tomei a iniciativa de chamar o governador (Eduardo Campos) para um diálogo. Continuarei porta-voz o da Rede Sustentabilidade. Essa é uma filiação simbólica. Não é mais do mesmo. Não é o previsível. É o que surpreendeu a mim e a você. Política não é só previsibilidade. Esta é uma filiação simbólica. Uma filiação democrática – disse.

Marina enfatizou que não entra em um novo partido conseguir uma legenda para ser candidata. Segundo a ex-ministra, o interesse é em chancelar o programa da Rede Sustentabilidade.

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– O melhor de mim estou depositando aqui, em um projeto para o Brasil o que queremos – encerrou Marina.

Em seguida, o governador Eduardo Campos deu as boas-vindas a nova companheira partidária.

– Este é um ato de reforma política brasileira, que aproxima muita gente que já foi às ruas nesse país para gritar por eleições diretas, para por para fora um presidente, para construir ciclos vitoriosos no Brasil. Esse gesto hoje acende a esperança no coração de muitas pessoas, faz os nossos olhos brilharem diante da vida pública brasileira – disse o candidato a presidente.

Ao final dos discursos, Marina assinou a filiação ao PSB, ratificada em seguida pelo presidente da sigla, Eduardo Campos.

A filiação de Marina ap PSB foi acompanhado por nomes políticos como Luiza Erundina (PSB-SP) e Beto Albuquerque (PSB-RS). Durante seu discurso, Marina ainda agradeceu o apoio de políticos como Eduardo Suplicy (PT-SP) e Pedro Simon (PMDB-RS) no projeto da Rede Sustentabilidade.

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Confira a trajetória de Marina Silva em 2013: