Em entrevista ao Bom Dia Brasil, na manhã desta quinta-feira, a candidata à Presidência Marina Silva (PSB) afirmou que a economia brasileira voltará a crescer com baixa inflação quando o país tiver um governo que não se “aventure” na política econômica e que saiba eliminar gastos “ineficientes” de recursos públicos.

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De acordo com a candidata, a política econômica brasileira vinha crescendo nos últimos três governos, mas acabou interrompida na gestão da presidente Dilma Rousseff – que, segundo a candidata, teria “se aventurado”, provocando “juros altos que favorecem o baixo investimento”.

– Nós vamos fazer com que o Brasil volte a crescer. Uma boa parte do capital que o país precisa não é tangível, é intangível. É confiança, credibilidade, respeito a contrato, criar um ambiente que favoreça os investidores a voltar a investir no Brasil. Isso só será possível com um governo que tenha legitimidade e que, de antemão, estabeleça o seguinte: nós não vamos nos aventurar em política econômica, não vamos inventar a roda _ afirmou a candidata.

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Ainda na questão econômica, Marina se comprometeu a criar um “conselho de responsabilidade fiscal” – órgão independente que teria como missão a verificação de contas do governo, a fim de garantir mais transparência aos gastos públicos.

– Nós temos um compromisso de que nós não vamos elevar o gasto público acima do crescimento do PIB e o conselho de responsabilidade fiscal tem que fazer com que o governo dê conta dos investimentos estratégicos na área social e, ao mesmo tempo, não vá pelo caminho da ineficiência, que é o que acontece hoje – disse Marina.

Sobre a inflação, a candidata do PSB disse que manterá a meta em 4,5% ao ano (e não uma diminuição neste patamar como previsto no plano de governo proposto por Eduardo Campos, morto em agosto em um acidente aéreo). Ao ser questionada sobre o papel que os bancos públicos teriam em seu governo, Marina afirmou que eles continuarão com a finalidade social, mas que não deveriam mais ser usados para financiar “meia dúzia de empresários”.

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A ambientalista afirmou que, se eleita, irá qualificar os incentivos para setor da indústria, de forma que sejam exigidas “contrapartidas” dos beneficários. Na questão trabalhista, Marina disse que vai ampliar a formalidade no mercado de trabalho.

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Agronegócio

Indagada se tenderia a ficar ao lado de ambientalistas e não da infraestrutura e do agronegócio, Marina afirmou que as áreas “não são incompatíveis”. Em relação aos transgênicos, Marina afirma que, desde seu tempo como ministra do Meio Ambiente, defende um “modelo de coexistência”, que os consumidores possam ir ao mercado e escolher o produto que desejam consumir.

“Não se pode confundir fragilidade com fraqueza”

Ao ser questionada sobre ter chorado ao falar de Lula em uma recente entrevista, a candidata negou se tratar de fragilidade e disse que é uma pessoa sensível:

– Ter enfrentado cinco malárias, três hepatites, uma leishmaniose, perder a mãe aos 14 anos, ter sido alfabetizada aos 16 anos, ter passado o que eu passei, vir me dizer que isso é fragilidade e não me pedir para não ter emoções, sinceramente (…). Eu sou uma pessoa sensível, mas não se pode confundir sensibilidade com fraqueza. As pessoas que não se deixam emocionar, essas sim podem ser muito fracas.

A entrevista com Marina foi a última da série realizada pelo Bom Dia Brasil. A presidente e candidata à reeleição, Dilma Roussef, foi a primeira entrevistada, na segunda-feira. Na terça, foi a vez de Aécio Neves ser sabatinado pelos jornalistas Ana Paula Araújo, Chico Pinheiro e Miriam Leitão.

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*Zero Hora