Marielle Franco, 38 anos, vereadora pelo PSOL no município do Rio de Janeiro, foi morta a tiros por volta das 21h30min de quarta-feira (14). Conforme a Polícia Militar (PM), ela foi baleada dentro de um carro na Rua Joaquim Palhares, no centro da cidade.
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Morte
Marielle foi assassinada a tiros, na noite de quarta, pouco depois de falar para um grupo de mulheres negras, em um evento na Lapa, no Rio de Janeiro. A vereadora foi atingida por quatro disparos na cabeça.
Além de Marielle, o motorista do veículo, Anderson Pedro Gomes, também foi baleado e morreu. Ele foi atingido por pelo menos três tiros nas costas. Uma assessora da parlamentar, que também estava no carro, sobreviveu ao ataque. Ainda não se sabe a motivação do crime.
Investigação
A Polícia Civil do Rio de Janeiro acredita que os assassinos perseguiram a vereadora por cerca de quatro quilômetros, desde o momento em que ela saiu do evento onde estava na Lapa.
Marielle não tinha o hábito de andar no banco de trás do veículo, que tem filme escuro nos vidros. Na noite de quarta, no entanto, ela estava no banco traseiro. A perícia constatou que os tiros entraram pela parte traseira do lado do carona, o que seria mais uma prova de que os assassinos estavam observando a vítima há algum tempo.
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Conforme informações da polícia, bandidos em um Cobalt prata emparelharam ao lado do veículo onde estava a vereadora e dispararam, com pistola 9mm, a cerca de dois metros de distância. A perícia encontrou nove cápsulas de tiros no local. Os bandidos fugiram sem levar nada.
Vida política
Socióloga formada pela PUC-Rio, Marielle foi a quinta vereadora mais votada do Rio nas eleições municipais de 2016, com 46.502 votos. Reconhecida pela luta pelos direitos de moradores da periferia, pelas comunidades LGBT e pelas mulheres, Marielle se tornou líder de uma das maiores comunidades do Rio de Janeiro, a Maré.
Há duas semanas, Marielle havia assumido relatoria da Comissão da Câmara de Vereadores do Rio criada para acompanhar a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro. Ela vinha fazendo críticas à medida e dizia que a violência policial nas favelas havia aumentando por conta da intervenção.

Homenagens
Milhares de pessoas participam de ato em homenagem a Marielle, ao redor da sede da Câmara Municipal do Rio, na Cinelândia, nesta quinta-feira (15). O velório da vereadora está acontecendo no local. A todo momento, alguém puxa um coro gritando o nome de Marielle para que, em seguida, todos gritem “presente”, forma de registrar que a memória da vereadora permanece.
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