Acusado de ser o principal mentor de um golpe milionário no ramo de imóveis em Joinville, Marcos Antônio de Queiroz falou pela primeira vez sobre o caso nesta segunda-feira. Escoltado do presídio até o Fórum, Queiroz se manifestou na primeira audiência voltada aos interrogatórios com os réus.

Continua depois da publicidade

Além do acusado, também foi ouvida a mulher dele, Ana Cláudia da Silva Queiroz, e Susy Ribeiro, ex-funcionária do Grupo Marcos Queiroz. Em depoimento, Marcos e Ana Cláudia reforçaram a versão já apresentada pela defesa.

Segundo o casal, os negócios na cidade só não tiveram continuidade porque os dois materiais de construção mantidos pelo grupo foram saqueados. A justificativa por não terem voltado a Joinville quando as investigações vieram à tona foi o medo de represálias na cidade.

Tanto Marcos Queiroz quanto Ana Cláudia sustentaram que viajaram para Indaiatuba (SP) após uma briga entre o casal, no dia 1º de agosto de 2013. Os saques nas duas lojas ocorreram no dia seguinte, quando corria a informação de que Queiroz havia fugido após dar um golpe.

Continua depois da publicidade

-A minha marca tem a minha face, a minha identidade. Eu não seria idiota de fazer coisas erradas com documentos tão importantes – alegou Queiroz.

Foi por falta de bateria no celular, afirmou Queiroz, que os funcionários em Joinville não foram avisados sobre a viagem de última hora. Perguntado sobre onde estaria o dinheiro arrecadado com a venda de apartamentos (consultas judiciais revelaram que as contas estavam zeradas) Marcos Queiroz afirmou que não havia dinheiro sobrando em caixa.

-Não tínhamos dinheiro em conta. O dinheiro que nós tínhamos era o giro das vendas dos apartamentos e dos materiais de construção. Não houve retirada porque as contas não foram mexidas – reforçou.

Continua depois da publicidade

Marcos Queiroz não soube dizer quanto chegou a faturar com as vendas de imóveis desde que começou os negócios na cidade, em 2011. Ele ainda alegou ter sido vítima de perseguição de empresários concorrentes.

– O desafeto foi causado porque eu era inovador – defendeu.

Veículos eram repassados

Dinheiro, carros, motocicletas e cheques pré-datados eram aceitos como pagamento de entrada nas negociações dos apartamentos, disse Marcos Queiroz. A prática de receber veículos e repassá-los para nomes de funcionários antes de revendê-los foi admitida pelo acusado. Mas, segundo Queiroz, era uma forma de tornar os repasses mais eficientes e não implicava em prejuízo aos funcionários.

Queiroz também negou ter retirado mercadorias dos materiais de construção e as levado para local desconhecido, conforme afirma a denúncia do Ministério Público.

Continua depois da publicidade

Segundo ele, apenas houve remanejamento de produtos da loja do bairro Guanabara para a loja do Vila Nova.