Ana Cláudia da Silva Queiroz, mulher de Marcos Queiroz, foi a primeira interrogada na oitava audiência do caso, realizada nesta segunda-feira na 4ª Vara Criminal de Joinville. Ela falou por mais de uma hora e meia e reforçou as alegações da defesa, indicando que o Grupo Marcos Queiroz foi vítima de uma “quebra” administrativa.

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Segundo Ana Cláudia, ela e o marido decidiram investir em negócios na cidade, ainda em 2011, por entenderem que Joinville vivia um grande momento no ramo imobiliário. Na época, disse a acusada, contavam apenas com um Fusca. Primeiro, apenas negociavam aluguéis. Depois, passaram a vender imóveis erguidos por uma construtora.

Ainda em 2011, segundo Ana Cláudia, Marcos Queiroz deu início ao Grupo Marcos Queiroz, apostando em um esquema de permuta com terrenos: os proprietários cediam seus imóveis em troca de apartamentos depois de construídos.

-O oferecimento de terrenos era grande. O povo de Joinville confiava no Grupo Marcos Queiroz-, destacou.

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Ainda segundo a acusada, o grupo cresceu rapidamente e passou a contar com até dez plantões de venda. Um segundo empreendimento anunciado pelo Grupo Marcos Queiroz teve todos os apartamentos vendidos em cerca de três meses.

Os problemas financeiros, insistiu Ana Cláudia, começaram pouco tempo antes de Queiroz ser preso, em agosto de 2013, quando as vendas dos apartamentos e dos materiais de construção caíram. Mas a acusada alega que, até então, o grupo não tinha débitos na região.

-Tudo isso começou a acontecer depois da prisão. Não tínhamos mais as lojas, paramos de vender os apartamentos e os compradores deixaram de pagar os boletos. Mas tudo isso somente depois da prisão, antes disso não há nada que desabone o Grupo Marcos Queiroz-, argumentou.

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Perguntada sobre onde estaria o dinheiro somado com as vendas (buscas judiciais encontraram apenas contas zeradas), Ana Cláudia respondeu que não há quantias guardadas.

-Foi tudo investido nas empresas. Ficamos zerados porque a Justiça permitiu que os clientes deixassem de pagar os boletos dos apartamentos-, concluiu.

Ela e o marido não voltaram para Joinville após os saques nos materiais de construção, diz Ana Cláudia, porque temiam pelas próprias vidas.

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Marcos Queiroz é acusado pelo Ministério Público de ser o mentor de um golpe milionário em Joinville.

Segundo a denúncia do MP, ele vendeu centenas de apartamentos na planta, sem ter condições de entregá-los, além de não entregar uma série de mercadorias aos clientes dos dois materiais de construção que mantinha na cidade.