Pela primeira vez organizada em uma sexta-feira, a Marcha das Vadias de Florianópolis modificou o cenário tradicional do Centro da cidade durante a tarde. Empunhando cartazes com críticas contra o machismo, a misoginia (ódio ao feminino) e a homofobia, pelo menos 250 pessoas – a maioria mulheres – se encontraram no Ticen a partir das 17h, caminharam pelas ruas da região, na Beira-Mar Norte e encerraram o ato no Largo da Alfândega.

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Após o término do protesto ocorrem atrações artísticas no Largo da Alfândega, como apresentação musical, teatro e recitação de poesias. O evento segue até pelo menos 23h, para quando é prevista a performance do grupo La Clínica.

Segundo a organização, o evento foi organizado para sexta-feira – e não no sábado, como vem ocorrendo nos últimos anos – justamente para dar mais visibilidade às atividades culturais, também abordando a questão da segurança em espaços públicos.

Por conta do ato, o trânsito já complicado de sexta foi prejudicado em alguns pontos por alguns momentos. Houve também um atrito quando o grupo passou em frente a um templo evangélico, mas a situação se tranquilizou sem maiores problemas. A Polícia Militar acompanhou o trajeto e, até 20h30min, não havia registrado nenhuma ocorrência.

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Slut walk e culpabilização da vítima

A Marcha das Vadias começou em 2011, no Canadá, quando, após uma onda de estupros na universidade de Toronto, um policial convidado para orientar sobre segurança disse que elas poderiam evitar o crime se “não se vestissem como vadias”.

A declaração gerou uma série de protestos e culminou na Slut Walk, a primeira Marcha das Vadias. O movimento se espalhou pelo mundo, mantendo o propósito de problematizar a violência contra a mulher e a culpabilização das vítimas pelas violências que sofreram.

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