A 33ª edição do Festival de Dança de Joinville já tem novos curadores artísticos definidos. A partir do segundo semestre deste ano, Marcelo Misailidis e Mônica Mion unem-se a Taís Vieira no grupo responsável pela definição da estrutura técnica e artística do evento. A formação da curadoria altera parcialmente a cada ano, proporcionando uma renovação constante das propostas e também dos conceitos que norteiam a organização do Festival. A edição de 2014, por exemplo, tem como curadoras Cecília Kerche, Iracity Cardoso, Sigrid Nora e Taís Vieira.

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Os dois novos curadores tem uma longa trajetória na dança e no Festival de Joinville, além de estarem atuando como jurados neste ano. Mônica dançou nas primeiras edições do Festival de Joinville, como integrante do Balé da Cidade de São Paulo e, anos depois, voltou ao evento como diretora da companhia e também como jurada em algumas edições.

Para ela a diversidade do Festival é o grande diferencial do evento.

– A diversidade de gêneros e da programação é muito grande. E a gente percebe que os bailarinos estão cada vez mais se aprimorando em várias técnicas diferentes. É um lugar onde encontramos gente que só vemos aqui e também conhecemos novas pessoas. E tudo está muito integrado – analisa – Integrar a curadoria do Festival de Dança de Joinville é uma oportunidade para entrar em contato com toda essa diversidade de estilos e de pessoas.

Marcelo Misailidis participou das primeiras edições do Festival dançando na mostra competitiva e o evento gerou uma oportunidade de grande impulso para sua carreira profissional quando, em 1991, ele se apresentou como convidado ao lado de grandes bailarinas.

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– Já naquele tempo o Festival estava no inconsciente coletivo da dança brasileira. Era um evento que mexia com a expectativa do bailarino durante um ano de trabalho. Era o único lugar que um jovem bailarino se sentia realmente valorizado – relembra.

Para ele Joinville continua sendo a “sede da dança” no Brasil e ao integrar a curadoria do Festival sente que terá a oportunidade de contribuir para que os participantes do evento possam alimentar o sonho de se tornarem estrelas.

– Joinville cresceu em todos os aspectos para abraçar a dança como um todo. É uma terra onde as fronteiras de todos os gêneros se fundem, com respeito à diversidade e se entrelaçando de uma forma muito interessante – ressalta.

Entre as funções da Curadoria Artística estão a definição das atrações das noites de Abertura e Gala, seleção dos grupos que se apresentam no evento (Mostra Competitiva, Meia Ponta, Palcos Abertos e Estímulo Mostra de Dança), escolha dos cursos, oficinas e professores, indicação dos jurados, elaboração da programação dos Seminários de Dança e o suporte na estruturação de todos os eventos que integram a programação do festival, garantindo a qualidade e a relevância.

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Confira o currículo dos novos curadores:

Mônica Mion – Bailarina premiada duas vezes pela Associação Paulista de Críticos de Arte e Menção Honrosa do prêmio Governador do Estado, é formada pela PUC-SP em Comunicações das Artes do Corpo. Iniciou sua carreira profissional, em 1974, no Ballet Stagium, após formação com a professora Nice Leite e especialização no Centro de Dança Rosella Hightower, em Cannes, França. Nos dois anos que permaneceu no Ballet Stagium, apresentou-se por todo Brasil e também no exterior. Em 1976, passou a integrar o Balé da Cidade de São Paulo, onde permaneceu por 34 anos, atuando como solista em montagens de coreógrafos consagrados e foi, também, durante 10 anos, ensaiadora e assistente de coreografia. Em 2001, foi convidada a dirigir a companhia, cargo em que permaneceu por nove anos.

Marcelo Misailidis – Nasceu em Montevidéu, Uruguai, e iniciou seus estudos no Rio de Janeiro em 1986, com o professor Aldo Lotufo e a grande mestra Eugênia Feudorova. No ano seguinte ingressou na ABRJ – Associação de Ballet do Rio de Janeiro, companhia dirigida pela coreógrafa Dalal Achcar, sob orientação do Sr. Desmond Doyle e Jorge Siqueira, onde estruturou seu preparo técnico e artístico de repertorio clássico. No ano de 1991, ganhou notoriedade nacional ao se apresentar no Festival de Dança de Joinville junto de grandes bailarinas brasileiras, e foi convidado a integrar o Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, como primeiro bailarino. De 2006 a 2008 foi diretor artístico do Ballet do TMRJ e atualmente atua como ensaiador da companhia. Participa do Carnaval do Rio de Janeiro desde 1998, como coreógrafo de Comissão de Frente, tendo atuado nas escolas Unidos da Tijuca, Salgueiro e de Vila Isabel. Atualmente é coreógrafo da Beija-Flor de Nilópolis. Dirige também o Ballet Misailidis e a Misailidis Produções, ambos empreendimentos sediados na cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais.