A tarde desta quinta-feira na Câmara dos Deputados foi marcada por tumultos envolvendo manifestantes contrários ao pastor Marco Feliciano (PSC-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM).
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Impedidos de participar da segunda parte da audiência pública da comissão, manifestantes se concentraram na entrada do gabinete de Feliciano. Houve tumulto e confronto entre eles e a Polícia Legislativa. Um ativista chegou a ser detido. Allysson Rodrigues Prata estaria tentando invadir o gabinete do deputado quando foi impedido pelos agentes. Ele foi levado à coordenação da polícia, onde foi ouvido.
Um policial legislativo disse ter levado socos e “gravatas” dos manifestantes. Ele registrou boletim na polícia da Câmara e seguiu para a Polícia Civil, para ser submetido a exame de corpo de delito.
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Mais cedo, o antropólogo Marcelo Régis teve a prisão pedida por Marco Feliciano, que alegou ter sido chamado de racista durante reunião da CDHM.
– Aquele senhor de barba, chama a segurança, ele me chamou de racista e racismo é crime. Ele vai ser preso e terá que provar que eu sou racista – afirmou o presidente da Comissão.
A polícia agiu em seguida e deteve o manifestante para prestar depoimento. Uma ocorrência preliminar para investigar o fato será aberta e testemunhas serão ouvidas.
Após ter sido ouvido e liberado pela Polícia Legislativa, o antropólogo afirmou que apenas gritou palavras de ordem em protesto contra a permanência de Marco Feliciano na presidência da Comissão, assim como faziam outros presentes. Régis disse ainda que pediu a um dos palestrantes que abandonasse a mesa “composta por pessoas racistas” e se juntasse aos movimentos sociais.
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Régis disse que foi tratado com “gentileza” em todo o processo pela Polícia Legislativa, afirmou não fazer parte de nenhum partido ou movimento organizado e se solidarizou com os movimentos gays, negros e feministas. Ele disse ainda que pretende voltar a se manifestar em todas as reuniões conduzidas por Feliciano.
A CDHM realizou a audiência sobre a contaminação do solo por chumbo em Santo Amaro da Purificação (BA), no Plenário 11. O local da reunião precisou ser transferido após Feliciano ter pedido a prisão do antropólogo, e, com isso, a entrada foi restrita a parlamentares, aos debatedores e à imprensa.