Policiais civis de greve desde segunda-feira fecharam a sede do Detran (Departamento Estadual de Trânsito) de Florianópolis, no Estreito, na manhã desta terça. O local teve o portão lacrado por uma faixa, e por volta das 9h, pelo menos 80 policiais manifestavam em frente ao edifício. O sindicato dos policiais afirma que o Detran deve permanecer fechado por tempo indeterminado devido a outras manifestações diárias planejadas no mesmo ponto.
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A greve geral continua com 30% do efetivo trabalhando somente em casos de emergência. Só estão sendo registradas ocorrências como homicídio, tentativa de homicídio, suicídio, latrocínio, sequestro e cárcere privado, estupro, desaparecimento de pessoa, furto/roubo de veículo, e recuperação de veículo furtado/roubado.
Serviços em órgãos de trânsito como Detran estão suspensos caso o atendimento seja feito por policiais civis, assim como emissão de carteiras de identidade. Para demais atendimentos, a população deve acessar a Delegacia Eletrônica pelo site da Polícia Civil.
Paralisação por tempo indeterminado
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Segundo o presidente do sindicato dos policiais civis, o Sinpol-SC, Anderson Amorim, a greve atinge 90% do Estado. A sede do Detran em Florianópolis foi escolhida como palco das manifestações porque representa uma das maiores fontes de arrecadação do Estado.
– Queremos mudar a opinião pública, e não ficar mais apenas restrito à própria polícia. A manifestação em frente ao Detran influencia diretamente nos financiadores de campanhas. Não queremos nada que não é nosso, apenas a reposição justa para a categoria.
Amorim afirma que o governo do Estado mantém as negociações comparando o salário da Polícia Civil a de outras categorias diferenciadas, como a Polícia Militar. Os policiais civis estão paralisados desde a segunda-feira e exigem aumento salarial, a redução de oito para quatro níveis de carreira e aumento do efetivo com a realização de concursos.
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O governo estadual fez uma nova proposta na tarde de segunda, mas uma reunião com os policiais à noite não terminou em acordo. Pela proposta do governo, a remuneração média mínima dos agentes passaria de R$ 2.983 para R$4.520, e o teto seria de R$8.200 para R$11.965. Os aumentos seriam concedidos gradualmente até dezembro de 2015.
O sindicato discorda dos valores e, principalmente, o tempo estimado para que o valor chegue aos policiais. Segundo o presidente do Sinpol-SC, Anderson Amorim, o salário da Polícia Civil já está paralisado há mais de dez anos, e que a proposta do governo não contempla as exigências dos grevistas.
Os policiais ainda ressaltam que a corporação perdeu quase 1.000 policiais desde 2007, fazendo com que o efetivo seja praticamente o mesmo de 30 anos atrás, e exigem equiparação salarial com os cargos de caráter técnico-jurídico.
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