A manifestação contra o corredor compartilhado entre ônibus e bicicleta na rua Guanabara marcada para o final da tarde desta quinta-feira começou tímida, com pouco mais de 30 pessoas. Porém, ganhou força ao longo do trecho de aproximadamente um quilômetro até o terminal de ônibus. Várias pessoas se uniram à caminhada que interrompeu a circulação de ônibus pelo corredor. No final do percurso, havia cerca de cem pessoas entre pedestres e ciclistas.

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Todas as faixas da rua Guanabara foram interrompidas por completo quando os manifestantes chegaram à ponte próxima ao terminal urbano. O trânsito parou por cerca de 15 minutos. Uma fila de 12 ônibus se formou no corredor, além dos veículos que ficaram parados na via. Um motociclista que tentou furar a barreira e quase atropelou uma senhora foi impedido de passar e acabou tendo que voltar sob vaias.

O protesto foi organizado pelo estudante de psicologia André Leonardo Veridiano, de 25 anos, pelas redes sociais.

– A bicicleta é um meio muito utilizado pela comunidade e o corredor compartilhado coloca em risco o ciclista. Esperamos que seja resolvido de outra forma – avaliou André.

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Moradores de todas as idades se uniram à iniciativa dos estudantes. Um deles foi Vassílio Tzthe, de 64 anos. Ele tem muito receio de circular pelo mesmo corredor do ônibus pois já foi vítima de acidente.

Outra moradora que deu força ao movimento chamando os conhecidos com o apoio de um apito foi dona Angela Rodn, de 55 anos. Ela faz um alerta para as crianças que voltam às aulas no próximo dia 10.

– E quando começarem as aulas, como vai ficar? Quem tem coragem de mandar um filho para a escola se não tem segurança nenhuma?

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Entenda a polêmica

A mudança na via começou com um anúncio da Prefeitura no dia 15 de janeiro de que seria implantado um corredor exclusivo para ônibus no trecho que dá acesso ao terminal urbano da rua Guanabara.

Dois dias depois, a Prefeitura decidiu recuar por causa das queixas dos ciclistas e anunciou que o espaço seria reservado apenas às bicicletas.

No dia 20, a Prefeitura passou a estudar a implantação de um modelo compartilhado entre ônibus e bicicleta. No dia seguinte, houve um encontro com as associações de moradores e empresários que concordaram com a ideia.

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O corredor compartilhado passou a funcionar a partir do dia 22. Os motoristas dos ônibus foram orientados a circular com velocidade até 30 quilômetros por hora e a dar preferência aos ciclistas.

A Prefeitura informou que está aberta para novas discussões ou mudanças. Até esta quinta-feira, nenhuma alteração estava prevista para acontecer. Os moradores prometem fazer novos protestos na próxima semana.