A despedida de um ano como 2016 dificilmente seria de ostentação e riqueza. Pelo menos na nossa latitude, seria estranho se fosse assim. A realidade, que tem batido na porta dos beach clubs nos últimos dois anos, ficou mais clara na chegada de 2017. Para manter os preços dos ingressos, a maioria das casas optou por ajustes estratégicos, como trocar a marca das bebidas – de Dom Pérignon para Chandon, por exemplo.
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O público também mudou: prioritariamente turistas, incluindo muitos gringos, é formado por baladeiros muito mais interessados em curtir a festa sem se preocupar com a pose, a make ou o salto, algo que sempre caracterizou Jurerê. Aquela figurinhas carimbadas que povoam as galerias sociais do Glamurama e que um dia já passaram por aqui, há alguns anos voam direto para Trancoso, Punta del Este, Fernando de Noronha e, revelação de 2017, São Miguel do Gostoso, no Rio Grande do Norte.
Outra reflexão que esse Réveillon nos traz: se os colunáveis com sobrenome tradicional não vieram, mas as festas com ingressos custando até R$ 1,7 mil (convite masculino) continuaram cheias, parece que de fato o dinheiro vem trocando de mãos. Mas mesmo com alto movimento, os beach clubs perderam um pouco de público na comparação com 2016, e o bairro, com a chuva forte que caiu antes da virada, e a falta de luz no Passeio dos Namorados, que liga os beach clubs, perdeu muito do agito habitual.
Entre as pelo menos seis festas à beira-mar na Ilha, duas ainda mantêm um fluxo alto de locais, o Donna, em Jurerê, que ainda oferece uma das melhores festas da cidade, e o Le BarBaron, que a coluna já tinha adiantado ser o reduto quase exclusivo de moradores, que mantém suas casas de praia na praia do Norte da Ilha que um dia foi a nossa Jurerê.
No P12 talvez esse público que procura a Floripa da fanfarra e não do glamour fique mais visível. No backstage, a área com ingresso mais caro da festa no parador, um grupo de 80 homens animadíssimos com o som de A Liga indicava que Floripa precisa olhar mais atenção para o potencial do turismo gay. Enquanto isso, o 300 Cosmo e o Café de la Musique continuam tentando viver do glamour que um dia tiveram. E ainda tem público pra isso. Novos tempos, mas nem tanto.
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