Na primeira quinzena de junho deste ano, mais de 22 mil estrangeiros ingressaram no Brasil pelos postos de controle migratórios da Polícia Federal (PF) em Uruguaiana, Chuí e Santana do Livramento, na Fronteira, além do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre. O maior contingente foi de argentinos (8,6 mil), seguido por uruguaios (7 mil) e chilenos (1,5 mil). Apenas sete foram barrados por constar na lista da Interpol como barrabravas e tiveram de retornar à Argentina.

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Fifa considera invasão de chilenos ao Maracanã como “vergonhosa”

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INFOGRÁFICO: o que caracteriza as torcidas barrabravas

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O controle migratório em Uruguaiana foi o que contabilizou a maior entrada de turistas, com 5,8 mil registros (25,9%), seguido pelo Aeroporto Internacional Salgado Filho, com 5,7 mil (25,7%), Chuí, com 3,7 mil (16,7%), e Santana do Livramento, com 2,2 mil (10%). Para a próxima quarta-feira, são esperados mais de 50 mil hinchas argentinos na Capital para o jogo entre Argentina e Nigéria.

A Brigada Militar prepara uma operação especial para evitar que ocorra uma invasão de torcedores sem ingressos ao Beira-Rio, como ocorreu nesta semana no Maracanã, quando um grupo de chilenos sem bilhetes tomou o centro de imprensa e causou constrangimento aos órgãos de segurança fluminenses, que foram criticados pela Fifa.

– Vamos intensificar o controle nos acessos ao estádio. Teremos mais efetivo na Avenida Pinheiro Borda, no viaduto da Avenida José de Alencar e na Rua Barbedo. Se alguém conseguir passar sem ingresso, será novamente abordado quando estiver próximo ao Beira-Rio. Eu garanto que não haverá invasão do estádio – afirma o subcomandante da Brigada Militar, coronel Silanus Mello.

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Além do grande número de argentinos sem ingressos, o perfil dos torcedores do país vizinho preocupa a polícia gaúcha. Entre os hinchas comuns estarão os barrabravas que conseguirem furar o bloqueio na Fronteira e nos aeroportos. A Polícia Federal tem uma lista com 2,1 mil nomes que estão proibidos de ingressar no país devido ao histórico de violência.

– A questão é mais o perfil da torcida do que a quantidade. Os argentinos têm uma pecha de criar confusão, invadir estádio, brigar. Só que, ao mesmo tempo, devemos ter o cuidado de não discriminar a maioria que vêm para torcer em paz. A situação é delicada, temos a informação de que somente 18 mil deles têm ingressos – complementa Silanus Mello.

Os bares do bairro Cidade Baixa e os pontos de aglomeração de torcedores, como a fan fest e o Largo Glênio Peres, receberão atenção especial das forças de segurança também. Na Fronteira, a BM já aumentou os seus efetivos, principalmente em postos de combustíveis e restaurantes, onde as excursões de argentinos vão parar ao longo da BR-290. Até a manhã desta sexta-feira, não existia a determinação de acompanhar excursões ao longo do deslocamento da rodovia.

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Fifa diz que invasão do Maracanã foi vergonhosa

Responsáveis pela operação de segurança da Fifa insistem que os problemas de quarta-feira com a invasão da torcida do Chile no estádio do Maracanã, é de responsabilidade do poder público. Logo após o incidente, a Fifa e o Comitê Organizador Local realizaram uma reunião de emergência no Rio de Janeiro.

– É vergonhoso o que ocorreu – declarou Ralf Mutschke, chefe de segurança da Fifa.

Quarenta e cinco minutos antes do início do jogo entre Espanha x Chile, entre 150 e 200 torcedores chilenos invadiram a área de imprensa do Maracanã, quebrando paredes e causando confusão. Parte dos invasores chegou até a arquibancada, enquanto 88 foram detidos e serão deportados. Mas a situação abriu uma crise que exigiu uma reunião de emergência da Fifa.

Fontes que estiveram dentro do encontro revelaram que a percepção é de que a responsabilidade por ter evitado a invasão seria da Policia Militar do Rio de Janeiro.

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No Infográfico, confira como se sustentam os barrabravas: