De cada 10 mortes de bebês em SC, seis são consideradas evitáveis. Além disso, os óbitos acometem principalmente os recém-nascidos. Em 2016, mais da metade das mortes (58,7%) aconteceram por doenças originadas até os sete dias de vida do bebê relacionadas principalmente à prematuridade. Malformações congênitas e anomalias cromossômicas aparecem na segunda colocação e respondem por 25% dos óbitos de bebês em Santa Catarina.
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Dentre as vítimas nos sete primeiros dias de vida, a causa mais proeminente é a de recém-nascidos afetados por fatores maternos ou por complicações no parto, que responderam por 118 mortes em 2016. Aí entram, por exemplo, os bebês que sofrem as consequências da hipertensão arterial e da infecção urinária não tratadas em gestantes – que seriam evitadas com um pré-natal de qualidade. Essas doenças podem levar ao nascimento prematuro, baixo peso ao nascer, infecção neonatal e até a morte.
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A sífilis, outra causa de falecimento de bebês, também é um dos desafios no Estado. Enquanto no Brasil a taxa de incidência de sífilis congênita, transmitida de mãe para filho, em menores de um ano passou de 6,5 para 6,8 casos a cada mil nascidos vivos entre 2015 e 2016; em SC saltou de 4,9 para 5,7.
Causas mais comuns de óbitos infantis em SC em 2016:
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O médico infectologista da Gerência de Vigilância das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) Aids e Hepatites Virais da Dive-SC, Eduardo Campos de Oliveira, afirma que o crescimento de casos da doença em recém-nascidos é complexo porque envolve questões socioculturais e econômicas da população afetada. Muitas vezes são mulheres usuárias de drogas, por exemplo, que não percebem a importância do pré-
natal. Ele lembra que é fundamental o diagnóstico precoce da doença para evitar a transmissão da mãe para o feto.
—Tendo tempo de fazer diagnóstico e tratar precocemente, isso reduz bastante a chance de ocorrer dano ao feto. A sífilis mata o feto, provoca malformação, é uma doença muito grave, muito séria. Nós vivemos uma situação epidêmica no país e também no nosso Estado – lembra Oliveira.
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