No mesmo dia em que o catarinense Teori Zavascki, de 64 anos, concedia coletiva para falar da sua posse como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) amanhã, a mãe dele, Pia Zavascki, falava com a equipe do Diário Catarinense na varanda da casa de imbuia construída há mais de 30 anos, em Faxinal dos Guedes, cidade natal de Teori, no Oeste catarinense. A irmã Delci Zavascki Salvatori também ajudou a contar um pouco a história do mais novo membro do principal tribunal da Justiça brasileira.
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Foto: Arte DC sobre fotos de arquivo pessoal
Duas vezes por ano ele vai à cidade. Uma delas é em maio, quando a mãe, que está com 97 anos, faz aniversário. Ela lembrou que, quando era pequeno, Teori brincava de fazer armadilhas para pegar passarinhos e se descia ladeiras se equilibrando em cima de tonéis. Mas o futuro ministro tinha uma atenção especial para os estudos.
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– Ele decorava uma vez e não esquecia mais – disse a mãe.
Mãe e filha pegam avião hoje em Chapecó, com destino a Brasília, para acompanhar a posse no Supremo Tribunal Federal. Emocionada, Delci lembra que nos julgamentos do mensalão já prestava atenção na cadeira vazia.
– Essa é a cadeira do Teori – falava Delci, com orgulho do irmão ilustre.
Coletiva sobre posse foi nesta terça-feira
Prestes a tomar posse no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Teori Zavascki acredita que só poderá julgar os recursos do processo do mensalão, no próximo ano. Em coletiva concedida nesta terça, prometeu decisões independentes, “sem distinção entre vontade popular e vontade da lei”, marcas que pretende imprimir na atuação que começa às 16h de amanhã.
– Se fôssemos levar em conta a vontade popular, teríamos de ter implantado a pena de morte no Brasil há muito tempo – exemplificou ele.
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Cercado por uma dúzia de microfones, Teori usou as dependências do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para a entrevista, onde atuou nos últimos nove anos. Em 40 minutos de conversa, reforçou o perfil discreto, técnico e seguro, predicados que o fizeram ser o escolhido pela presidente Dilma Rousseff.
O catarinense de 64 anos, que construiu a carreira jurídica no Rio Grande do Sul, respondeu às perguntas sem elevar o tom de voz e driblou polêmicas. Pediu licença para não comentar as decisões dos novos colegas no julgamento do mensalão. E ainda indicou que considera “nula” a chance de participar da definição das penas dos condenados.