Ele é professor de Educação Física. Ele tem habilidade e sensibilidade para ensinar crianças não só a praticar um esporte, mas a aprender a ter estabilidade emocional e força física e psicológica. E, nos ringues, ele é campeão de uma modalidade só indicada para os verdadeiramente fortes: o muay thai. Ricardo Mesquita reúne todas essas qualidades para ir em busca de mais um título brasileiro em seu currículo na categoria 75kg (peso médio).
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Lutador representa SC pela primeira vez em um Mundial de Kung Fu
A disputa começa sábado, em Lages, no Ginásio Jones Minosso, que vai receber alguns dos principais lutadores do Brasil. O Brasileiro de Muay Thai tradicional em Lages vale vaga para o Mundial na Tailândia. Confira um papo com o lutador, que foi ao ar no DC Esportes, também pela TVCOM Esportes.
O bicho vai pegar em Lages?
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Sim, vai ser uma batalha para tentar trazer o título brasileiro novamente para Santa Catarina. E, claro, levar o nome do nosso Estado para a Tailândia e, quem sabe, garantir uma conquista mundial para um representante brasileiro.
O muay thai é um esporte violento?
O conceito de violento é vago. Eu não considero, por exemplo, o muay thai uma defesa pessoal. Até porque as agressões que vemos nas ruas hoje em dia tem formas variadas e incluem até armas. Eu encaro como um esporte e sob este ângulo não é algo violento. Eu dou aula para crianças e me preocupo bastante com a proteção e com todos os quesitos para garantir a integridade física.
Qual a filosofia?
É um esporte bastante contundente, mas enfatiza a disciplina e o preparo físico. A vontade de competir surge ao natural, é do ser humano, mas os ganhos da prática para o convívio em sociedade são muito grandes. O aluno começa a evoluir, se sente apto e procura colocar à prova os conhecimentos que adquire. Inclusive com o preparo físico. Você chega muitas vezes sem conseguir fazer 10 flexões. Quando seu corpo consegue suportar uma carga maior, ao natural a confiança vem junto, tonifica o corpo, ganha técnica e agilidade.
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Ainda há dificuldade financeira para ir ao Mundial?
Infelizmente a viagem para a Tailândia é muito cara. Lá é o berço do esporte e não é fácil no Brasil conseguir patrocínio, mas vou tentar de tudo, se eu conseguir o título, vou fazer de tudo para ir lá. Mas antes disso preciso focar no Brasileiro. Em Lages terei adversários muito fortes, principalmente o pessoal que vem do Nordeste, são de três a cinco lutas, não é fácil chegar ao título, é um Grand Prix: ganhou, passou, perdeu, fica pelo caminho. As principais regras envolvem a luta de combate em pé, conhecida como a luta das oito armas, o uso combinado dos pés, cotovelos, canelas, com o uso de luvas de boxe e protetor bucal no profissional. E no amador, com o uso de caneleiras e protetor para a cabeça.