A crise repercutiu nas contas da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) no ano passado e promete ter impacto na revisão tarifária prevista para o próximo mês de setembro. O balanço patrimonial divulgado em março pela concessionária de saneamento indica que o lucro líquido da companhia despencou de R$ 74,7 milhões em 2014 para R$ 10,9 milhões em 2015 — uma queda de 85%.O montante também fica muito abaixo de 2013, que terminou com um lucro líquido quase quatro vezes maior. A explicação para a redução do lucro, segundo o diretor financeiro da Casan, Laudelino de Bastos e Silva, tem base principalmente no aumento dos gastos com produtos químicos e energia elétrica.Enquanto a luz teve reajuste de 52,8% no período, os produtos químicos ficaram 19,1% mais caros por conta da variação cambial.
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—A energia elétrica é nossa terceira maior despesa. Toda a estrutura de bombeamento e esgoto é feita com uso de energia, por meio de motores — observa Laudelino.
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Assim, os custos da Casan cresceram 15,7% em 2015, ou seja, o dobro da elevação da arrecadação no período (7,16%).Se as projeções iniciais da companhia tivessem se concretizado, o lucro estimado seria de R$ 30 a R$ 40 milhões.
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—Todo esse impacto negativo dos custos vai repercutir na cobrança tarifária de 2016. Estamos abrindo os custos para as agências reguladoras, precisamos discutir em qual percentual podemos chegar — aponta.
Por enquanto, a Casan ainda não tem valores estimados para o novo reajuste.
Investimentos alcançaram novo recorde
Apesar do freio nos lucros, os investimentos da Casan em 2015 estabeleceram um novo recorde: foram gastos R$ 304,3 milhões em melhorias, superando o recorde de 2014, que era de R$ 181,5 milhões.A previsão é de que, ao longo de 2016, a companhia faça mais R$ 400 milhões em investimentos. O detalhe, aponta o diretor financeiro Laudelino de Bastos e Silva, é que os investimentos só deverão gerar novas receitas em 2019, quando as principais obras estiverem concluídas.