Lojistas pedem alternativas ao futuro corredor da 9 de Março em Joinville

A transformação da rua 9 de Março em um corredor de ônibus exclusivo, no trecho entre o terminal central até a avenida Juscelino Kubitschek, é uma questão de tempo no Centro de Joinville. Obras já começaram nas proximidades da Biblioteca Municipal e a previsão de inauguração do corredor é para março do ano que vem.

Como a passagem de carros será proibida e as vagas de estacionamento vão deixar de existir, as mudanças no trajeto não caíram nas graças dos comerciantes – há preocupação de que o movimento caia e os negócios fiquem prejudicados.

Mas, por se tratar de uma reestruturação já iniciada e considerada sem volta pela Prefeitura, os lojistas buscam medidas de minimizar o impacto sobre as vendas.

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Em reunião com o presidente do Ippuj, Vladimir Constante, representantes de empreendimentos na rua 9 de Março e arredores fizeram apelos para que o município considere abrir exceções em relação ao uso do futuro corredor. Outro pedido foi para que a maior mobilização de obras só comece depois do próximo dia 1º de janeiro para não atrapalhar as vendas de fim de ano.

Também presente na reunião, o vereador Maurício Peixer (PSDB) ainda sugeriu que existam horários de livre uso do corredor, como no período entre 20 horas e 7 horas. O encontro ocorreu nesta quinta-feira, na sede da CDL.

Apesar de reforçar que as mudanças são irreversíveis e têm o objetivo de priorizar o transporte coletivo, o presidente do Ippuj não descartou eventuais medidas para flexibilizar o acesso à rua 9 de Março.

-É o ponto de maior circulação do transporte coletivo e de pessoas no Centro. O corredor é uma realidade. A obra é do Estado, mas eles têm nos acompanhado sempre nos nossos pedidos – apontou Vladimir.

O presidente da CDL, Luiz Kunde, mostrou otimismo em relação às solicitações feitas pelos comerciantes e também em relação aos ganhos com a obra.

-Não tenho dúvida de que vão adotar algumas medidas alternativas. A médio prazo isto será bom para o Centro, para a cidade. No momento em que se melhora o fluxo, melhora as calçadas e o tráfego de pedestres, em que se retira a fiação exposta, o Centro começa a atrair turistas – destacou.

O CORREDOR

A rua 9 de Março será transformada em um corredor de ônibus exclusivo no trecho entre o terminal central até avenida Juscelino Kubitschek. Só poderão circular ônibus e táxis em duas mãos de direção. Os recursos são do Governo do Estado por meio do programa BNDES 3. Quando a obra estiver pronta, os ônibus deixarão de passar pelas ruas Princesa Isabel, do Príncipe, Jacob Richlin, Jerônimo Coelho e Travessa Bachmann. O tempo de viagens será reduzido.

Haverá alargamento das calçadas e os espaços para ciclistas e pedestres serão delimitados. Os trabalhos já começaram na implantação de um desvio na praça da Biblioteca Municipal.

APELOS E ALTERNATIVAS

Confira as preocupações dos lojistas e as possibilidades apontadas pelo Ippuj

Cronograma

Lojistas pedem que a maior frente de obras comece a partir de 2 de janeiro para não prejudicar o movimento no comércio na época do Natal e Ano-novo.

O Ippuj descarta a paralisação dos trabalhos no período de festividades, mas diz que há como gerenciar as obras para que não causem tanto impacto nesta época. A ideia seria dar prioridade às frentes de trabalho periféricas, no entorno da 9 de Março. Depois, a partir do dia 2 de janeiro, começar as obras do corredor de ônibus propriamente ditas.

Carga e descarga

Comerciantes têm preocupação sobre como ficará a movimentação de carga e descarga para os estabelecimentos da 9 de Março.

As áreas de carga e descarga não serão mais permitidas no corredor exclusivo. Assim, a Prefeitura recomendará o uso de ruas próximas, como a Cmte. Eugênio Lepper, São Francisco, rua do Príncipe, São Joaquim e Travessa Bachmann para o serviço.

Horários alternativos

Há quem defenda horários de exceção à exclusividade do corredor, como no período entre 20 horas e 7 horas, quando é menos intensa a circulação de ônibus, além dos domingos e feriados.

O Ippuj não descarta abrir exceções, mas avisa que é preciso estudar a questão. Às 22 horas, aponta o Ippuj, ainda há picos importantes no uso do transporte coletivo. Já entre 1 hora e 4h30 não há circulação de ônibus na cidade. Assim, abre-se margem para exceções.

Exceções

Há pessoas que moram no trecho da 9 de Março, além de existir um estacionamento privado com acesso pela rua e um pátio de uma drogaria, por exemplo. Assim, lojistas reivindicam alguma forma de garantir que nem todos os veículos sejam impedidos de acessar a via.

Uma saída avaliada pelo Ippuj é a identificação dos veículos que poderiam acessar a 9 de Março na condição de exceção. Mas isto só valeria para moradores da rua, funcionários da drogaria e clientes mensalistas do estacionamento, por exemplo.

Hotel

A situação do Hotel Colon Palace, que fica na rua São Joaquim, é um caso à parte porque a maioria dos clientes chega ao estabelecimento por meio da rua 9 de Março.

Uma possibilidade apontada pelo Ippuj é o acesso via rua Cmte. Eugênio Lepper, no outro lado da quadra do hotel. Outras alternativas são estudadas.