O embaixador da Alemanha, Georg Witschel, falou a empresários joinvilenses na última sexta-feira. É a segunda vez que ele vem a Joinville neste ano, fato festejado pelo presidente da Acij, Moacir Thomazi, ao apresentá-lo à plateia, antes do almoço. O diplomata disse que as relações de negócios vão aumentar depois de empossado o novo presidente brasileiro, em 2019.

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Destacou a cooperação científica e de inovação entre os dois países. Qualificou a política brasileira de “estranha”, e também lembrou que, na Alemanha, Angela Merkel terá de governar em coalização com três partidos. Witschel também esteve em Blumenau na última semana, onde, entre outros compromissos, conheceu a Oktoberfest. A seguir, os principais trechos da fala do embaixador, em Joinville.

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Joinville

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— Joinville tem ruas limpas, lojas e indústrias modernas.

Futebol

— Não devo e não posso falar sobre dois assuntos: futebol e política brasileira. A política no Brasil é um tanto estranha. Talvez vocês queiram falar sobre futebol no próximo ano (referindo-se, indiretamente, aos 7 a 1 da Copa do Mundo de 2014).

Eleições na Alemanha

— O resultado das eleições da Alemanha transmitem duas mensagens. A ruim: pela primeira vez, desde 1950, que um partido de extrema direita ocupa cadeiras no Congresso. E ainda, com expressivos 12,6% dos votos. A boa: a situação está bem estável. Merkel fará seu quarto mandato. Mas há maior desafio para Angela Merkel formar seu próximo governo. Terá de fazer coalização com o Partido Social Cristão e com o Partido Verde, por exemplo. Estou otimista. O problema é que talvez demore até o Natal – ou até fevereiro de 2018 – para compor o novo governo. Isso, para a Alemanha, é muito tempo.

Estratégico

— Para a América Latina e para o Brasil não haverá mudanças no relacionamento. O Brasil é o único país estratégico da Alemanha na América Latina, desde 2010. Há outros parceiros estratégicos no mundo: China, Estados Unidos, Índia, entre outros. São oito a dez.

Depois da posse

— A próxima reunião de alta cúpula (encontro de presidente e primeira-ministra e seus respectivos ministros, do Brasil e da Alemanha), só será realizada no começo de 2019. Depois que o novo presidente do Brasil tomar posse.

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Comércio

— O comércio bilateral foi fraco nos dois últimos anos, 2015 e 2016. Em 2017 está se recuperando. Há 1.600 empresas alemãs com negócios no Brasil. O estoque de investimentos alemães no Brasil é de 25 bilhões a 30 bilhões de euros. Em 2015 e 2016 as companhias alemãs apenas mantiveram seus negócios. De agora em diante, há indícios de nova onda de investimentos aqui.

Pesquisa e inovação

— Temos mil projetos de cooperação com o Brasil em pesquisa científica e de inovação, com recursos aplicados de 300 milhões de euros. As universidades têm grande importância nisso. Neste contexto, há 570 parcerias formalizadas entre institutos e universidades dos dois países. Há 5 mil estudantes brasileiros estudando na Alemanha. E este número tende a crescer.

Laços

— Nossos laços econômicos, políticos e culturais sobreviveram à crise no Brasil. Após as eleições de outubro de 2018, vamos fortalecer, e progredir, nas relações bilaterais. Estou muito otimista. Os próximos anos serão melhores. Vocês, de Joinville, são fundamentais para estreitar esses laços.