A estudante do último ano do curso de comércio exterior da Univille, Sara Garcia da Rocha, é uma das dez estudantes universitárias do País selecionadas para participar do programa de mentoria As Líderes do Amanhã, idealizado pela revista Exame, em parceria com a consultoria Executive Performance. Ela tem como mentora a presidente da Dupont, Priscila Vansetti.
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O objetivo do programa é conectar mulheres estudantes de alto potencial com executivas e empresárias de sucesso. O que diferencia a jovem das demais concorrentes e a fez ganhar a distinção de estar neste restrito grupo de promessas do futuro? A forma como apresenta seu currículo já é um destes fatores. Nesta entrevista, a aluna, de 22 anos, mostra porque foi escolhida, em meio a mais de mil candidatas.
O seu currículo chama a atenção pela forma como é apresentado. Assemelha-se a uma empresa. Você tem essa percepção empreendedora? Dá para explicar?
– Apresento-me com propósito. Relaciono visão, missão e valores. A visão é evoluir, buscar novos horizontes, agregar novas experiências. No quesito missão, proponho-me a a ser original, ter habilidades de ser diferente e facilidade em encontrar soluções inovadoras e eficazes para os objetivos traçados. Meus valores são responsabilidade, bom humor, honestidade, comprometimento e empatia.
Qual é a sua trajetória até ser escolhida para ser uma potencial líder do amanhã?
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– Sou aluna do quarto ano de comércio exterior. Mas fiz um ano e meio de engenharia, na UFSC, em Joinville. Nunca gostei de engenharia. Aí acabei por desistir. Fiz, então, intercâmbio de inglês em Dublin, na Irlanda, por seis meses, em 2013. Voltei para Joinville e obtive a transferência para o curso atual. Acabo neste ano.
Como o curso lhe ajudou a obter o resultado de agora?
– O curso me traz conhecimentos sobre gestão, economia, política. Interesso-me por culturas variadas, por assuntos de economia e política.
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Como você chegou ao programa Líderes do Amanhã?
– Eu me inscrevi em julho. A questão da mulher no mercado de trabalho sempre me interessou muito.
Você sempre foi arrojada, determinada para aquilo que queria fazer?
– Decidi mudar o jogo e não mais ficar esperando pelas coisas. Em 1º de janeiro deste ano, decidi agir e ir em busca do que desejo.
Como foi o processo de escolha no programa As Líderes do Amanhã? Que testes aplicaram?
– A primeira fase foi a de dar opinião sobre cenários das mulheres no mercado de trabalho. A etapa seguinte foi um jogo online. Sou ruim nisso. E pensei que não ia passar. O jogo era Repense Game. Perguntas e respostas sobre aspectos variados.
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No que consistia esse jogo?
– Primeiro, uma etapa individual. A seguir, houve desafios a superar com outros participantes. Precisamos responder a diversas perguntas. Nessa fase, avaliavam mais o comportamento do que os conhecimentos. A terceira etapa foi um jogo em grupo. O resultado disso tudo revelou as características de cada candidato. É um jogo utilizado para selecionar candidatos. A fase seguinte foi uma entrevista.
Aprovada, terá mentoria com a presidente da Dupont, Priscila Vansetti?
– Sim. Isso mesmo. Terei três encontros com ela. O primeiro encontro foi espetacular. Ela me deu 100% de atenção. Fiquei encantada. Os próximos encontros serão online porque ela volta para os Estados Unidos neste mês. Em 5 de dezembro, haverá encontro geral das dez selecionadas.
O que esse primeiro encontro rendeu para você?
– Ela, a presidente da Dupont, contou a história da vida dela. Ela teve 30 mentores ao longo da carreira. Também falou da importância da empatia como característica do líder. Mostrou-me a importância de não ter receio de pedir ajuda. Ela me fez lidar com meus medos e inquietações. A mentoria vai estimular a minha transformação pessoal.
Quem é Sara Garcia da Rocha?
– Ser diferente é minha essência. Acredito que a sinceridade me ajudou a conquistar a vaga. Sei que darei o meu melhor a cada dia. Na conversa abri a minha vida.
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Qual é o seu objetivo de vida?
– Quero dar resultados em tudo o que fizer. O programa As Líderes do Amanhã estimula as mulheres a se empoderarem. Daqui a dez anos quero mostrar que podemos ocupar mais o espaço na presidência e nos conselhos de administração das empresas. Por que elas param no meio do caminho?
Onde imagina fazer a tua carreira profissional?
– Quero trabalhar em multinacional. Primeiramente no Brasil. Acredito que isso agrega. Hoje trabalho em empresa comercial exportadora da família, em Joinville. Quero liderar pessoas. O que vale é ter o feeling para conseguir extrair o melhor de cada um.
Há alguma área que interessa mais?
– Na área do comércio exterior, das relações internacionais o que mais me interessa é o campo da negociação.
A estudante Sara é aluna nota 10?
– Não, não sou nota 10 (risos). Os professores não gostam de mim pela nota que tiro. Pela simpatia, é possível.
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Como vê o Brasil?
– Sou apaixonada pelo Brasil. Os problemas sociais são os desafios a superar. A violência é o maior problema cotidiano. No contexto mais amplo, temos de melhorar muito a educação. Tanto no âmbito da instrução formal como no do comportamento social.
No lazer, faz o quê?
– Assisto a séries e filmes. Leio na internet. E blogs voltados a área de negócios e empoderamento feminino.
Volto a um ponto anterior da nossa conversa. Numa palavra, como você se classifica?
– Eu sou vontade.