Cerca de 62 toneladas de lixo atravessam todos os dias a ponte Pedro Ivo Campos, trazidos por cinco caminhões de coleta, dos bairros continentais de Florianópolis. Percorrem 14 quilômetros até chegar ao Itacorubi, onde são depositados e depois enviados ao aterro sanitário em Biguaçu, distante 46 quilômetros do local.

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Se saísse do continente direto ao destino final, seria metade da distância. Esse é um dos problemas de logística enfrentados pela coleta de lixo na Capital. E a Companhia Melhoramentos da Capital (Comcap) afirma que nem é o maior dos problemas.

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A empresa diz que o trajeto pelas pontes não atrapalha o trânsito da região por ser feito no horário noturno. Os caminhões sairiam por volta das 20h do ponto de partida e começam a despejar o lixo recolhido por volta das 21h30min para o transbordo.

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– Nos anos 90 esse trajeto era feito de manhã. Passou para a tarde. E no início dos anos 2000, para a noite – diz o gerente do departamento de coleta, Paulo Pinho.

As mudanças de horário, no entanto, não impedem que o problema vá se acumulando. De acordo com dados da própria Comcap, Florianópolis cresceu em uma média anual de 2,5% nos últimos anos e o aumento da produção de lixo foi de 4% ao ano.

Todos os caminhões de lixo da cidade partem do Estreito para dar início às rotas de coleta pelas regiões. E todos têm em algum momento que passar pela chamada Estação de Transbordo, no Itacorubi. É deste ponto que saem as carretas que levam o material até o aterro em Biguaçu.

– É um modelo que não serve para a Ilha, uma vez que ela é formada por comunidades descentralizadas – diz o presidente do Instituto Lixo Zero, Rodrigo Sabatini.

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Ele explica que a visão atual da coleta foi formulada com base em um modelo que só levava em conta a produção do lixo, em uma época em que não se pensava na possibilidade de reciclagem da maior parte dos materiais.

De acordo com Sabatini, o modelo que tem norteado as melhores experiência no mundo em resíduos sólidos é o de pensar a coleta em células locais, descentralizadas até no tipo de material, com um dia para vidro, um para papel e assim em diante.

Em 2013, a Capital produziu cerca de 180 mil toneladas de resíduos sólidos.