Poucas surpresas e muita reafirmação de estratégias já traçadas. Foi assim que os direções estaduais dos maiores partidos em Santa Catarina receberam os números da pesquisa Mapa contratada pelo Grupo RBS para traçar o perfil e os desejos do eleitor catarinense, divulgada na última quinta-feira. Posições conservadoras em relação a temas de comportamento e a busca maior por experiência do que por renovação nos candidatos eram manifestadas em pesquisas internas, na análise histórica e no contato direto com os eleitores pelo Estado.
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Pesquisa mostra características do eleitor de SC e o que ele pensa sobre política
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Rafael Martini: eleitor catarinense é conservador
Para avaliar os números do Instituto Mapa, o Diário Catarinense procurou os dirigentes dos cinco partidos mais estruturados do Estado em número de parlamentares e prefeitos: PMDB, PP, PSD, PSDB e PT. Todos concordam com o perfil apresentado pelo levantamento.
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— Esses números retratam o que a gente sente na rua, nas conversas com as pessoas, com as lideranças. É um retrato do catarinense: politizado, criterioso e, paradoxalmente, conservador _ afirma o deputado estadual Gelson Merisio, presidente licenciado do PSD-SC.
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Presidente do PMDB-SC, maior partido do Estado, o deputado federal Mauro Mariani afirmou que os resultados são semelhantes aos de 11 pesquisas qualitativas contratadas pela legenda e aplicadas nas maiores cidades do Estado. A maior surpresa do parlamentar foi quanto ao interesse do eleitor pela política, em um nível superior ao de registros internos anteriores.
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Eleitor de SC não confia na política no Brasil, no Estado e na sua cidade
— A pesquisa revelou um interesse maior pela política do que o normal. Até porque ficou evidenciado, especialmente com o que vem acontecendo em Brasília, que o voto tem consequência. Acho que o voto vai ser mais criterioso — avalia.
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Esse interesse também chamou atenção de Claudio Vignatti, presidente estadual do PT. O petista destacou os 41,3% de catarinenses que disseram acompanhar o que fazem os políticos depois de eleitos.
— A maior parte dos resultados não muda muito de uma eleição para outra. O que me chamou atenção mais foi a disposição do eleitor de acompanhar o trabalho dos políticos. Geralmente isso é baixo — afirmou Vignatti, acrescentando que talvez seja um dado momentâneo em função da situação política nacional.
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Presidente do PSDB-SC, o deputado estadual Marcos Vieira também concorda com a avaliação de que os eleitores catarinenses são mais conservadores, mas aponta mudanças na decisão do voto.
— As mulheres estão influenciando mais e acho que os jovens eleitores estão ficando mais independentes. Não seguem, necessariamente, o voto da mãe e do pai — acredita o tucano.
Outro dado ressaltado pelos dirigentes partidários é a característica apontada pelos eleitores de exigir alguma experiência prévia de seus candidatos a prefeito. É a avaliação do deputado federal Esperidião Amin, presidente estadual do PP.
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— A pesquisa mostra o eleitor avaliando o cenário político e ético, a mudança com segurança. Confirma a palavra que escolhemos como chave para nossos encontros partidários e seminários: confiança — afirmou Amin.
O que disseram os presidentes de partido:
Marcos Vieira (PSDB)
O catarinense é um povo altamente politizado. Concordo que ele é mais conservador, não faz mudanças bruscas. De outro lado, as mulheres estão influenciando mais e acho que os jovens eleitores estão ficando mais independentes. Não seguem, necessariamente, o voto da mãe e do pai.
Gelson Merisio (PSD)
É um retrato do catarinense. Politizado, criterioso e, paradoxalmente, conservador. É uma característica do Estado. O eleitor está em busca de administradores com atitude. Juntar a vontade e um pouco de conhecimento, alguém que seja renovação, mas que chegue em condições de tomar atitudes práticas desde o começo
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Mauro Mariani (PMDB)
A pesquisa revelou um interesse maior pela política do que o normal. Até porque ficou evidenciado, especialmente com o que vem acontecendo em Brasília, que o voto tem consequência. Acho que o voto vai ser mais criterioso.
Esperidião Amin (PP)
A pesquisa mostra o eleitor avaliando o cenário político e ético, o que é mudança com segurança. Confirma a palavra que escolhemos como chave para nossos encontros partidiários, seminários: confiança.
Claudio Vignatti (PT)
A pesquisa dá uma média, mas para a definição da estratégia de marketing eleitoral é importante a questão qualitativa local, com comparação entre candidaturas. Muita gente não percebe que acaba sendo conduzida por essas estratégias.
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