Quando Anselmo chegou ao Joinville, em 2014, o JEC era apenas um time que lutava para se firmar no G4 da Série B, e um ponto de interrogação ainda pairava sobre o clube quando o assunto era acesso à Série A. Não demorou para o volante mostrar que era a peça que faltava para as dúvidas se transformarem em certezas. O Tricolor subiu à Primeira Divisão, e Anselmo se tornou o principal jogador da equipe com o tempo.

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A campanha de recuperação do JEC para chegar à decisão do Estadual é solidificada na regularidade do jogador. Em um esquema em que Hemerson Maria abre mão dos meias de criação, cabe a Anselmo fazer o papel do jogador cerebral, que dita o ritmo do time com lançamentos precisos, inversões de jogo ou arrancadas em que faz uma fila de adversários até chegar à área do adversário.

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No JEC, o camisa 8 personifica o que se espera de um volante moderno. Guardadas as proporções, o tipo de jogador que a Alemanha mostrou, em 2014, que pode ser o diferencial para se ganhar uma Copa do Mundo. Um volante capaz não só de desempenhar funções defensivas – o que faz com perícia -, mas também de pensar o jogo antes do meio de campo, onde recebe a bola dos pés do zagueiro e tem tempo para escolher a melhor opção ainda antes de receber o combate dos adversário.

Com uma simples troca de posição, dá diferentes opções para o técnico. Quando colocado como primeiro volante, aumenta a capacidade de saída de bola, já que é, de longe, o dono do melhor passe no elenco tricolor. Quando é posto mais à frente, como segundo volante, se aproxima da área do rival, aumentando a chance que seu passe se torne uma assistência. Nessa função, também é capaz de adiantar a marcação, dificultando ainda a criação de jogadas do rival.

Para um desconhecido que assiste a um jogo de Anselmo pela primeira vez, tudo isso pode passar despercebido. A discrição do volante é ainda maior que a sua qualidade com a bola nos pés. Até isso precisou ser trabalhado nos bastidores para que ele evoluísse em campo e se tornasse um líder.

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Anselmo se tornou frequentemente alvo das perguntas do torcedor do Joinville, que questiona o que um atleta tão cheio de virtudes não faz em um clube de maior expressão. A resposta a isso deverá ser dada ao término do Estadual. Depois de quase dois anos, o jogador chamou a atenção do Internacional. Um acordo já está costurado. Só o que a torcida pode esperar agora é que este adeus seja de forma alegre, com o volante colocando na prateleira do clube o troféu que não aparece por lá desde 2001: o do Catarinense.