Rui Fernando da Silva Junior, uma das lideranças do movimento que promoveu a Ocupação Amarildo de Souza num terreno às margens da SC-401 entre dezembro de 2013 e abril de 2014, em Florianópolis, foi assaltado, agredido e ameaçado na noite desta terça-feira, na Capital.

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Em entrevista por telefone ao DC enquanto registrava a ocorrência na 1ª Delegacia de Polícia no começo da tarde desta quarta-feira, o funcionário público aposentado da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) contou que estava próximo do terminal de ônibus do Centro (TICEN), por volta das 21h, quando foi abordado de maneira violenta.

– Estava no Largo da Alfândega quando um carro grande, de quatro portas, parou. Um homem saiu pela porta do carona, abriu a porta de trás, me agarrou e me jogou pra dentro. Entrou junto e me deu um soco na cara – conta.

Aposentado da Casan e inspirado em Che Guevara: o perfil do líder da Ocupação Amarildo

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Na sequência, segundo Rui, o motorista os levou para fora da Ilha.

– Quando pegamos a Via Expressa, comecei a apanhar muito. Achei que ia morrer, que estavam me levando para ser morto em algum lugar.

De acordo com Rui, os homens diziam o tempo inteiro que era para ele “ficar ligado”, que não iriam matá-lo, só dar um “aviso”.

– Não falaram nas ocupações, mas eu sei que é a isso que se referiam. Também não posso falar muita coisa, porque ainda estou confuso e não quero acusar ninguém.

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Rui conta que foi deixado às margens da Via Expressa, já próximo do acesso à BR-101, com o rosto ensanguentado, desorientado e sem os R$ 1.200 que trazia em dinheiro na carteira, empréstimo para aposentados que tinha sacado mais cedo.

– Caminhei um tempo pela região de Capoeiras até que consegui parar um táxi, que me levou para o hotel no Estreito onde estou hospedado.

A Polícia Civil registrou a ocorrência como roubo.