Apesar das denúncias sobre a irregularidade do leite produzido no Oeste catarinense terem partido de Blumenau, a Vigilância Sanitária não encontrou mais nenhuma unidade do produto sendo vendida nos supermercados da cidade. Tendo em vista que as denúncias foram registradas há cerca de 20 dias, o coordenador de Fiscalização de Alimentos e Produtos, Paulo Sérgio Mülhmann, acredita que a empresa já tenha recolhido o lote contaminado ou que as unidades tenham sido comercializadas:

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– As fiscalizações já começaram na terça-feira. Percorremos os supermercados logo depois que a presença de formol no leite foi confirmada – tranquiliza.

A confirmação sobre a irregularidade do lote de leite UHT integral da marca Lajeado Grande veio através da Vigilância Sanitária de Santa Catarina na última terça-feira, dia 12. A retirada o produto de circulação foi determinada no mesmo dia. De acordo com o coordenador da fiscalização de Blumenau, o formol foi encontrado em unidade do lote de H:16:03 L59, fabricado em 7 de junho de 2014, com validade até 5 de outubro deste ano.

Mülhmann explica que foram feitas três análises do produto suspeito e que, após o primeiro resultado acusar a presença de formol, o protocolo é o Estado entrar em contato com o fabricante para confirmar a adulteração. A partir daí, a empresa deve cumprir a medida cauletar que determina a retirada as unidades irregulares de circulação.

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A cooperativa responsável pelo produto afirma que todo o lote, cerca de quatro mil litros de leite, já foram retirados de comercialização ainda no mês de julho e não há riscos para o consumidor.

A responsável técnica da cooperativa, Eliane Bong, explica que após a constatação da Vigilância Sanitária, foram feitos testes com amostras do leite do mesmo lote em três laboratórios credenciados pelo Ministério da Agricultura e todos deram negativo para a presença de formol. Ela acrescenta ainda que o órgão responsável pela inspeção do produto é o Ministério da Agricultura.

– Os laboratórios têm critérios de avaliação diferente. Vamos aguardar o comunicado oficial da Vigilância Sanitária para questionar os resultados, solicitando uma nova análise – informa.

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O Ministério da Agricultura disse que está reunindo informações sobre o caso.

De acordo com os relatórios da Vigilância Sanitária, as pessoas responsáveis pelas denúncias em Blumenau relataram que o leite tinha cheiro forte, mas não foi possível identificar com exatidão do que se tratava o odor, e ao ferver, a bebida coalhava. Como a vigilância não chegou a recolher o produto do comércio, o coordenador pede para que quem comprou leite deste lote fique atento:

– Havendo sinais de irregularidade no produto é fundamental avisar a Vigilância Sanitária.

Considerado cancerígeno pela Agência Internacional de Pesquisa do Câncer (IARC) desde junho de 2004, o formol costuma ser misturado ao leite para conservar e prolongar a validade do produto. Mülhmann explica que em pequenas quantidades não é possível sentir que o produto está diferente, pois o cheiro da substância se mistura ao odor do leite e o aspecto da bebida não se altera:

– Geralmente, as adulterações são feitas nas próprias fábricas ou até mesmo no transporte do leite – lamenta.

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Toddynho contaminado não foi encontrado em Blumenau

Na última segunda-feira a população do Rio Grande Sul se deparou com mais de 8 mil unidades do achocolatado Toddynho contaminadas com a bactéria Bacillus Cereus, que provoca intoxicação alimentar. Diferente dos gaúchos, os catarinenses não precisam se preocupar com os produtos disponíveis nas gôndolas dos supermercados do Estado. Segundo a Pepsico, fabricante da bebida, as unidades contaminadas foram distribuídas apenas em Porto Alegre.

As caixas irregulares compõem o lote GRU 23:04 1551a 23:46 L15 51, fabricado em 2 de junho de 2014, com validade até 29 de novembro de 2014. De acordo com o coordenador de Fiscalização de Alimentos e Produtos de Blumenau, a Vigilância Sanitária não localizou nenhum Toddynho contaminado com a bactéria nos supermercados do município.

Serviço

Para denunciar irregularidades em alimentos ligue na Vigilância Sanitária

Telefones da ouvidoria: 3381-7770 ou 3381-7771