Admiráveis e inteligentes a maioria das sugestões deixadas por usuários e leitores sobre melhorias do transporte público de passageiros em Blumenau (Santa, 7 de abril). Pelo que se vê, muito ainda pode ser feito para melhorar, baratear e otimizar o sistema. Seguem algumas contribuições práticas desta coluna:
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* Ar condicionado: inviável não é, mas encarece muito o sistema, obrigando um consumo extra de até 20% do combustível do coletivo. Ônibus urbanos são diferentes de ônibus intermunicipais ou interestaduais com apenas uma porta que tem pouca frequência de abertura. Nos ônibus urbanos todas as portas se abrem a cada parada deixando escapar o ar refrigerado. É como se ligássemos o ar condicionado em nossas casas com as janelas abertas, imagine-se a conta da energia elétrica no fim do mês. No caso dos ônibus, a conta, se não for subsidiada, vai para o valor da passagem. * Tetos e laterais brancas: pode não parecer, mas, por refletirem calor solar, ajudam sobremaneira a diminuir o calor interno dos ônibus. Não foi à toa que Londres adotou a cor branca sobre o teto de todos os seus famosos ônibus vermelhos, como já escrevi aqui na coluna. As cores brancas podem e devem ser mantidas nos ônibus da calorenta Blumenau. A identificação de linhas pode ser feita por letreiros, pequenas faixas coloridas e outras formas.
* Teto alto: também já escrevi sobre isso e isso implica modificar linhas de montagem de ônibus. Tetos no mínimo meio metro mais altos (ou pisos baixos) permitem que o calor dos corpos dos passageiros suba acima de suas cabeças e respiração, diminuindo a sensação de abafamento e melhorando sobremaneira o conforto.
* Ventilação eficiente: a ventilação de nossos ônibus deixa muito a desejar. Ela pode ocorrer espontaneamente pelo deslocamento do coletivo, combinada com um acionamento elétrico automático de ventilação sempre quando ele estiver parado no trânsito ou andando muito devagar.
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* Piso baixo: os atuais ônibus parecem montados sobre chassis de caminhões, obrigando a subida daqueles três-quatro degraus, atrapalhando o embarque e desembarque e dificultando a vida dos que tem dificuldade de locomoção. Mesmo que sejam mais caros, compensaria que todos tivessem piso baixo, feitos para transportar gente e não bois. Se isso não for possível, que se adote o sistema de estações de embarque em nível, como os pontos-tubulões de Curitiba.
* Cobradores: encaremos a realidade. Com o sistema de passes eletrônicos, hoje eles são tão necessários quanto dactilógrafos ou linotipistas.