Um laboratório para captura de CO2 com utilização de cinzas de carvão mineral beneficiada foi inaugurado na segunda-feira, 24, em Criciúma. O gás carbônico é associado às mudanças climáticas causadas pelo efeito estufa. O ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho, e o vice-governador de SC Eduardo Moreira participaram da cerimônia.
Continua depois da publicidade
O laboratório irá utilizar o processo de adsorção, quando o CO2 liberado na queima do carvão é capturado e armazenado em zeólitas — cinzas do mineral beneficiadas para se transformar numa estrutura areada, semelhante a uma minúscula esponja.
As zeólitas carregadas poderão ser depositadas em minas desativadas ou o gás ser disponibilizado para consumo industrial, como na perfuração de petróleo e na produção de bebidas gaseificadas. Demais métodos de captura se valem de solventes líquidos, muito mais caros e que praticamente inviabilizam a implantação em escala industrial.
No Brasil, 100% das jazidas de carvão conhecidas estão no Sul do Brasil, sendo 90% no Rio Grande do Sul. Cerca de 14 empresas utilizam o carvão mineral no Brasil, a maior parte delas na Região Sul. No Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná, a cadeia termelétrica gera em torno de 53 mil empregos diretos e indiretos e movimenta cerca de R$ 12 bilhões a cada ano.
Continua depois da publicidade
— Por determinação do presidente Michel Temer, o Governo Federal criará, em agosto, um grupo de trabalho interministerial para defender a participação do carvão na matriz energética brasileira, que hoje é de 2%. Não pretendemos ampliar a participação na matriz energética, mas sim mantê-la, conforme proposta apresentada por representantes do setor, inclusive com a redução de emissão de carbono — disse Coelho.
Ele também assegurou que não só defenderá a conclusão do ciclo das atuais usinas termelétricas cuja vida útil encerrará nos próximos sete anos, mas também a assinatura de novos contratos de energia respeitando padrões mundiais de emissão de gases.
A construção do laboratórios de Criciúma recebeu aporte financeiro, entre outros, da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Governo do Estado (Fapesc) estimado em R$ 4,4 milhões.
Continua depois da publicidade
— Contamos com a vinda do ministro para encontrarmos um caminho definitivo para o uso do do carvão produzido em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul e termos desenvolvimento sustentável nessas áreas produtoras. É imprescindível que haja um planejamento de consumo para os próximos cinco, 10 anos. E isso não acontece no Brasil hoje. A instalação de uma mina para extração do mineral é extremamente complexa e de alto custo — afirmou Eduardo Moreira.
No mundo, 41% da energia gerada tem como fonte o carvão. Na Polônia, 83%; Alemanha, 44%; na Índia, 71% e, na Austrália, 69%.
Leia também:
Entenda o que o Plano Diretor muda na vida de quem mora em Florianópolis
Projeto busca recuperar as detentas dos presídios de Florianópolis e Tijucas