A decisão da Justiça russa, de manter a bióloga brasileira Ana Paula Maciel mais três dias presa, levou angústia para sua mãe, Rosângela Maciel, que acompanha o caso à distância, em Porto Alegre.
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Ana Paula foi presa quando integrava um grupo de 30 ativistas do Greenpeace que protestava contra o gigante do gás Gazprom no Mar de Pechora, no Ártico, e vive seu drama desde o último dia 18.
– Não entendemos por que ela vai ficar três dias presa. Ninguém sabe nem ao certo se são três dias úteis ou três dias corridos. Isso está ficando angustiante. Estou bem abalada, estou bem angustiada. Ela vai ficar lá mais três dias, e nem sabemos por quê – disse Rosângela, a Zero Hora.
O Greenpeace organiza uma manifestação para os próximos dias, na qual pedirão a libertação dos ativistas – no caso de Ana Paula, ela já foi ativista. Atualmente, trabalha como marinheira do grupo ecológico. E Rosângela foi convidada para participar do protesto.
– Não tenho condições de ir assim a algum lugar. Mas é ótimo que protestem. Não podemos ficar desse jeito, nessa situação. Se pelo menos eu tivesse recebido algum telefonema dela – afirmou Rosângela.
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A mãe de Ana Paula trabalha como “transportadora escolar”. Conduz 12 crianças de uma escola do bairro Menino Deus. E diz gostar tanto do que faz, que é isso que a está sustentando emocionalmente.
Também ontem, a Justiça russa ordenou que cinco dos 30 ativistas permanecerão detidos preventivamente durante dois meses. A acusação contra eles é de pirataria.
O Greenpeace indicou em sua conta no Twitter que o ativista polonês Tomasz Dziemianczuk, assim como o neozelandês David John Haussmann, o canadense Paul Douglas Ruzycki e Roman Dolgov permanecerão detidos por dois meses. Denis Sinyakov, fotógrafo que trabalha para o Greenpeace, foi o primeiro ativista a ouvir a decisão do tribunal da cidade de Murmansk, norte da Rússia.
O tribunal interroga individualmente os ativistas. A pena por pirataria, na Rússia, pode chegar a 15 anos.
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Conforme imagens gravadas pelo Greenpeace, ativistas se aproximaram de uma plataforma de petróleo no Mar de Pechora, no Ártico, e dois alpinistas começaram a escalar a estrutura. De acordo com a organização, o intuito era de pendurar faixas contra a exploração de petróleo no Ártico. Logo chegou a guarda costeira russa, que atingiu os manifestantes com jatos d’água e os prendeu.