Nesta semana, a 2ª Vara Criminal da Comarca de Joinville condenou três acusados de envolvimento em um esquema de tráfico de influência identificado dentro da Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Joinville (Sema, atual Sama). Eles fazem parte do núcleo 2 da investigação iniciada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em 2016, e batizada de Operação Blackmail. Os condenados são o ex-vereador João Carlos Goncalves e os empresários Maurício Pirchio e Fábio Henrique Dulizia. A decisão é em primeira instância e os envolvidos ainda podem recorrer.

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De acordo com a denúncia apresentada, empresários e donos de imóveis fiscalizados pela Secretaria do Meio Ambiente eram coagidos a usar serviços indicados pelo fiscal de posturas Júlio César da Silva, após este apontar os problemas nas obras. O então vereador João Carlos Gonçalves aparecia nas acusações como interlocutor de Júlio e beneficiário direto de tráfico de influência. Ele é acusado de ter recebido dinheiro para intermediar encontros com empresários interessados em participar de licitações municipais.

Gonçalves foi condenado a seis anos, nove meses e 20 dias de reclusão no regime semiaberto, além do pagamento de 28 dias-multa, cada qual no valor correspondente a meio salário mínimo. Ele chegou a ser preso em novembro de 2016, mas está solto e poderá recorrer em liberdade.

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Maurício Pirchio e Fábio Henrique Dulizia, que participaram dos encontros intermediados por Gonçalves, também foram condenados a dois anos de prisão no regime aberto. Já o modelo Daniel Lucas Grah, que teria emprestado a conta bancária para que o ex-vereador recebesse pagamentos, e o assessor parlamentar Jucélio Francisco Gabriel foram absolvidos pela justiça.

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Entre as provas apresentadas pelo Gaeco para pedir a prisão preventiva de sete envolvidos nos crimes contra a administração pública em novembro de 2016 estavam escutas telefônicas com negociações envolvendo pagamento em dinheiro, tráfico de influência e até fotos de encontros com entrega de um envelope suspeito.

O julgamento do núcleo 1 do processo ocorreu em setembro de 2017, quando seis pessoas foram condenadas por corrupção passiva e crime continuado. Entre eles, o fiscal Júlio; o ex-vereador Juarez Pereira; a filha de Júlio, Ana Carolina da Silva; a irmã, Elaine Cristina da Silva; e outras três pessoas: Maurício de Lima Lopes, Adelson Macelay e Alessandro José Maia.

O juiz Gustavo Henrique Aracheski, titular da 2 ª Vara Criminal, condenou Júlio a dez anos, três meses e três dias de prisão em regime fechado, mais a perda do cargo público; a filha dele, Ana Carolina, a sete anos, 11 meses e dez dias em regime semiaberto; Juarez, a oito anos, oito meses e seis dias em regime fechado; e outras três pessoas: Maurício de Lima Lopes, a sete anos e 20 dias em regime semiaberto; Elaine Cristina da Silva, que é irmã de Júlio, a três anos, seis meses e 20 dias em regime aberto; e Adelson Macelay a três anos, um mês e dez dias em regime aberto. Outro acusado de integrar a operação, Alessandro José Maia, foi absolvido da acusação de corrupção passiva.