O casal que sequestrou um menino de nove anos em Ilhota em junho de 2014 foi condenado pela Justiça nesta quarta-feira. A sentença da juíza Graziela Shizuiho Alchini, de Gaspar, determinou pena de 20 anos para Rosicleide Rodrigues e condenou Peterson William da Silva Machado a 34 anos de prisão. Ambos devem iniciar o cumprimento da pena em regime fechado.
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De acordo com a sentença, Rosicleide foi condenada pelo crime de extorsão mediante sequestro qualificado pelo fato da vítima ser menor de 18 anos e pelo sequestro ter durado mais de 24 horas. No caso de Peterson, a pena pelo mesmo delito da parceira foi somada aos crimes de falsidade ideológica, multiplicado por quatro vezes, e de uso de documento falso, multiplicado por seis vezes.
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Peterson e Rosicleide estão presos desde o dia 3 de junho, quando a polícia desvendou o sequestro, resgatou o menino e matou os outros dois participantes do crime em uma troca de tiros em Penha, onde estava o cativeiro no qual o garoto foi mantido refém por quase cinco dias. O delegado Paulo Koerich, que participou da ação na época do crime, declarou que o resultado do julgamento só demonstra a eficácia do trabalho da Polícia Civil:
– Com isso a Polícia Civil demonstra que tem condições de trabalhar, de fazer cumprir a lei e que a sociedade pode confiar na instituição, pois todos são comprometidos com os objetivos.
Relembre o caso
O menino Angelo Antonio brincava de patinete às margens da Rodovia Jorge Lacerda, em Ilhota, enquanto o pai jogava futebol na tarde do dia 29 de maio de 2014. Ele estava a cerca de 250 metros de casa quando foi atraído e levado a força por um casal em um Ford Ka vermelho. O menino foi levado para um cativeiro em Penha, onde ficou escondido pelos bandidos por cinco dias.
O primeiro contato da quadrilha com a família ocorreu já na mesma noite. O valor pedido para o resgate foi de R$ 500 mil. Após o contato, a polícia foi acionada e a operação de resgate do menino de Ilhota foi iniciada. Durante a operação o delegado-geral da Polícia Civil na época, Aldo Pinheiro D’Ávila, demonstrou preocupação, já que o valor do resgate foi considerado baixo para o tipo de crime. Isso levou a polícia a crer que os bandidos seriam inexperientes.
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A quadrilha fez um novo contato com a família no sábado e informou que só voltaria a ligar na segunda-feira. A demora e a paciência dos bandidos leva a polícia a mudar de estratégia e considerar os bandidos como experientes, já que eles alongaram a definição do caso. Dois dias depois, após manter a investigação sob sigilo absoluto, a polícia invade o cativeiro e liberta o menino.