O padre Luiz Prim, inquilino do terreno para onde se mudaram as famílias da Ocupação Amarildo na última terça-feira, diz que não ofereceu a área. Ele afirma que foi chamado para uma reunião no gabinete da deputada estadual Luciane Carminatti (PT) na véspera da desocupação da área que fica às margens da SC-401.
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Estavam presentes representantes do Ministério Público (MP), Incra e os líderes da ocupação Amarildo. Teria sido nesta ocasião que se sugeriu o imóvel da arquiteta mexicana Rocío Delfín como o novo destino das famílias.
– Eu não reagi, nem no sentido de levá-los nem no sentido de não levá-los – diz o padre Luiz Prim, que nega não estar atendendo os telefonemas da proprietária do imóvel.
Na noite de terça-feira, quando os integrantes da ocupação chegaram à região próxima ao Morro dos Cavalos, o padre Prim assinou, junto com o líder da ocupação e o procurador dos Direitos do Cidadão do MP, o documento que acordava os seis meses de permanência no imóvel. O local, desde maio de 2013, não abriga mais o centro de recuperação de dependentes químicos – três remanescentes da casa de tratamento estariam morando na propriedade.
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O juiz agrário Rafael Sandi, que intermediou a desocupação da área às margens da SC-401, diz que desta vez não irá interferir. Ele explica que a reivindicação inicial do grupo era o assentamento rural, mas salienta que todas as ofertas de terra feitas pelo Incra foram recusadas pelos integrantes da ocupação. O juiz está fazendo um levantamento de gastos públicos durante a operação policial deflagrada para conter a invasão de uma área mais ao fundo das margens da SC-401 há uma semana para enviar à Assembleia.
Ministério Público Federal, Defensoria Pública da União e Incra se manifestaram contrários à realocação das famílias para a área em Palhoça. Em nota, os órgãos alertaram que a ocupação poderia aumentar as tensões na área que já apresenta conflito (em função da demarcação das terras indígenas).