O julgamento do analista de sistemas Marcelo Buss Bernardes, acusado de homicídio doloso pela morte do enteado Ítalo Fernandes de Mattos, de um ano e sete meses, foi cancelado. O júri estava marcado para a manhã desta quinta-feira, no Fórum de Joinville.

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O cancelamento ocorreu por causa da ausência do advogado de defesa Heitor Fabreti Amante, que apresentou exames de saúde na tarde da última quarta-feira, alegando não poder participar do júri porque teria que fazer uma cirurgia de ponte de safena nesta quinta-feira.

O Ministério Público lamenta que o júri não foi realizado, já que se preparou para este dia. A sessão foi remarcada para 20 de março do próximo ano, às 9 horas, no Fórum de Joinville.

– Para mim fica uma frustração muito grande porque esperava que hoje efetivamente se pudesse de uma vez por todas demonstrar o que aconteceu naquele dia. O Ministério Público está preparado e veio preparado pra isso, a gente respeita a situação do advogado e sua condição de saúde. Como o réu tem direito a ampla defesa e fez questão de ser defendido por esse advogado, cabe à Justiça respeitar a vontade do réu e aguardar a nova realização do júri – comentou o promotor Ricardo Paladino.

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Leonardo Merino de Mattos, pai do pequeno Ítalo, aguardava ansioso pelo julgamento na plateia do Tribunal do Júri. Acompanhado de amigos, ele vestia uma camiseta branca com uma foto em homenagem ao filho. Leonardo lamentou o adiamento da sessão.

– É com muita ansiedade que a gente vai esperar até 20 de março, lamento muito o que aconteceu. A gente quer logo uma resposta para tudo isso – desabafou.

Michely Fernandes, mãe de Ítalo, não compareceu à sessão.

Na manhã desta quinta-feira, também houve problemas no transporte do réu, que se recusou a entrar na viatura da polícia. A juíza Karen Francis Schubert Reimer aguardou a chegada de Marcelo ao Fórum para cancelar oficialmente o júri.

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A juíza enclareceu ao réu que, se ele aceitasse a constituição de outro advogado, o julgamento poderia ser realizado na próxima semana. Porém, como ele fez questão de ser defendido pelo advogado Laercio, terá de aguardar o julgamento preso até a data da próxima sessão.

Entenda o caso

Ítalo morreu na madrugada de 10 de março de 2012, um domingo. O bebê foi levado ao PA Norte após as 3 horas da madrugada com dificuldades para respirar. De lá, ele foi encaminhado ao Hospital Infantil, onde morreu após sofrer uma parada cardiorrespiratória. Conforme o laudo do IML, a causa da morte foi traumatismo craniano.

Ao se deparar com machucados na testa e na parte de trás da cabeça do menino, a equipe médica, que o atendeu no hospital, decidiu chamar a polícia. O padrasto Marcelo Buss Bernardes e a mãe do menino, Michely Fernandes, foram levados para prestar depoimento na Central de Polícia.

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Na época, o delegado que assumiu o caso, Wanderson Alves Joana, num primeiro momento, indiciou Marcelo por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, por ter negligenciado o atendimento à criança.

Porém, ao final do inquérito, novos indícios levaram o delegado a pedir a prisão preventiva do padrasto e a indiciá-lo por homicídio doloso. O laudo pericial que apontou vários hematomas no corpo da criança e o depoimento de testemunhas acabaram mudando o rumo da investigação.