Considerado um dos maiores júris populares da história de Joinville, o julgamento de cinco réus começou às 13h30 desta quinta-feira com interrogatório. Eles são acusados de dois homicídios, uma tentativa de homicídio, ocultação de cadáver e corrupção de menores. Parte dos crimes ocorreu no bairro Comasa. Um dos homicídios foi registrado em Ascurra.
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Os réus Sebastião Carvalho de Araújo – que atende por Tião e é considerado o mandante da quadrilha que teria cometido os crimes em função do tráfico de drogas; Willian José de Oliveira, o Lita; Paulo Henrique Pereira, conhecido por Ceará e Galego; Carlos Tonn; e Anderson Rafael, o Dandan, negaram participação nos crimes.
Em alguns momentos, os acusados entraram em controvérsias. Anderson – único réu solto – negou conhecer os demais, as vítimas e qualquer testemunha do processo. Porém, Tião confirmou conhecê-lo por ter prestado um serviço na casa dele. Todos têm passagens policiais. A maioria cumpriu pena por furto, roubo e tráfico. Sebastião já respondeu por outro homicídio.
O promotor Ricardo Paladino, com auxílio do promotor Marcelo Mengarda, apresentou o processo ao corpo de sete jurados em 2h30. A leitura das 1,5 mil páginas, conforme calculou Paladino, levaria quatro dias e mais 12 horas sem interrupções.
Por isso, a acusação precisou ser sucinta para respeitar o tempo permitido. O ápice da acusação foi a demonstração de interceptações telefônicas dos réus que levou os advogados de defesa a se aproximarem para ouvir o conteúdo do áudio.
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Segundo o Ministério Público, em um dos trechos, Sebastião faz ameaças a um de seus supostos comparsas. Na gravação, ele diz ter vários homicídios e não temer cumprir 30 ou 60 anos de prisão se preciso for, pois já realizou o sonho de ver os filhos crescerem. Mensagens trocadas pelos acusados via celular – interceptadas durante a investigação policial – também serviram como meio de prova.
O advogado de defesa do réu, Aldano Vieira Neto, alegou que não havia perícia da voz, negou a autoria do crime e questionou a veracidade da morte de uma das vítimas – cujo corpo até hoje não foi encontrado. Os demais advogados de defesa, fundamentados nos depoimentos dos réus, também negaram a autoria dos fatos.