Ao que tudo indica, junho deve ser um mês similar a janeiro, no qual muitos assuntos que estavam sem resposta por meses tiveram sua definição. A questão da taxa de juros americana, a incerteza na Grécia e a sequência do ajuste fiscal brasileiro devem ter um quadro bem mais claro ao final deste mês.
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Após grande dificuldade, e com modificações indesejadas, o governo conseguiu aprovar no Congresso Nacional as medidas de austeridade fiscal. Ao menos a agenda fiscal teve início. Certa tensão gerou, inclusive, suspeita de resignação por parte de Joaquim Levy, mas o resfriado só mostrou a força do ministro da Fazenda comandando o reajuste da economia brasileira de volta aos trilhos.
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Com o resultado do produto interno bruto (PIB) do primeiro trimestre retraindo 0,2%, os indicadores de confiança continuam se deteriorando, algo já esperado. O segundo trimestre do ano deve ser o que registrará a maior parte da recessão que o País sofrerá em 2015. Os indicadores de março e abril assustaram com quedas bruscas, e os de junho devem seguir a tendência.
O grande temor que começa a crescer diz respeito ao PIB de 2016, com o governo ajustando sua estimativa para crescimento de 1% para o ano que vem. Uma demora maior nos ajustes de 2015 pode prejudicar ainda mais o baixo crescimento esperado.
Nos Estados Unidos, a indefinição da elevação ou não da taxa de juros persiste. Os membros do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) continuam com discursos sem nenhum viés, demonstrando tanto preocupação com a economia do país apresentar sinais de que ainda não está totalmente recuperada quanto a necessidade de normalizar as condições o quanto antes.
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O mercado parece apostar em uma alta de juros no segundo semestre. Com a elevação, certamente ocorrerá turbulência, com uma onda de incertezas sobre a realocação de ativos no mercado internacional. No entanto, a depreciação do real gerará benefícios no longo prazo para a economia brasileira. A balança comercial deverá ser favorecida com um impulso nas exportações e uma queda nas importações, fazendo com que o saldo retorne ao campo positivo.